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Olafur Eliasson cria obra sobre mudança climática em geleira na Itália

O artista dinamarquês-islandês criou um percurso artístico montanha acima, culminando em uma obra em vidro e aço a qual funciona como aparelho astronômico

Por Redação
29 dez 2020, 08h00
Montanha com neve e céu azul. No topo, estrutura artística
(Oskar da Riz/Designboom/CASACOR)

Já imaginou uma fusão de arte, astronomia e paisagens espetaculares? O artista dinamarquês-islandês Olafur Eliasson criou um pavilhão único na Geleira Hochjoch Ferner, no Sul de Tyrol, Itália, próxima à fronteira com a Áustria. A obra, batizada de Our Glacial Perspectives (Nossas Perspectivas Glaciais) é um percurso montanha acima que leva a refletir sobre o tempo e a natureza.

Portais em forma de arco brancos e pretos enfileirados em montanha com neve
(Oskar da Riz/Designboom/CASACOR)

Visitantes seguem um caminho de 410 m, pela cordilheira esculpida pela gelo, dividido por nove portões. Eles são espaçados em intervalos com escalas correspondentes às durações das eras glaciais da Terra, marcando uma linha do tempo profunda do planeta.

Arte da astronomia

 

Portais em forma de arco brancos e pretos levando até estrutura artística no topo da montanha
(Oskar da Riz/Designboom/CASACOR)

No topo, uma estrutura composta de anéis de aço e vidro formam um deck circular, que se projeta sobre o topo do monte Grawand. A partir deste ponto, o pavilhão transforma-se instrumento astronômico.

Estrutura esférica, composta por plataforma e arco de vidro colorido
(David Orru/Designboom/CASACOR)

Os anéis dividem o ano em intervalos de tempo iguais – o anel superior rastreia o caminho do Sol no solstício de verão, o anel do meio rastreia o equinócio, enquanto o anel inferior rastreia o solstício de inverno. Quem visita consegue se orientar no espaço utilizando os arcos.

Estrutura artística composta por arcos metálicos e arco de vidro colorido
(Oskar da Riz/Designboom/CASACOR)

Os painéis de vidro retangulares azuis marcam quinze minutos de arco (15°) do movimento do Sol no céu, isso permite que o visitante determine a hora do dia com base na posição do solar. Marcando o horizonte e as direções cardeais, Olafur chama a atenção do do visitante para uma perspectiva planetária mais ampla sobre as mudanças climáticas que estão afetando diretamente Hochjoch Ferner.

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Detalhe do vidro azul que compõe a estrutura
(Estúdio Olafur Eliasson/Designboom/CASACOR)

As vidraças são tingidas em vários tons de azul em referência ao cianômetro, uma escala desenvolvida no século XIX para medir o azul do céu. O vidro colorido filtra e reflete a luz e a radiação solar, comportando-se como uma mini-atmosfera.

 

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