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MoMa recebe a maior exposição de fotografia brasileira no exterior

Chamada Fotoclubismo, a exposição reunirá mais 140 fotos do Foto Cine Clube Bandeirante em março de 2021

Por Redação
22 out 2020, 14h57
Julio Agostinelli. Circus (Circense). 1951. .The Museum of Modern Art, New York. (Reprodução MoMa/CASACOR)

Em março do ano que vem, o MoMa (Museu de Arte Moderna de Nova York) recebe a maior exposição de fotografia brasileira fora do Brasil já montada. Chamada Fotoclubismo, a mostra traz mais 140 obras inesquecíveis do Foto Cine Clube Bandeirante (FCCB) de São Paulo produzidas sobretudo em meados do século 20.

Pioneiro da fotografia brasileira

 

German Lorca. “Casal na chuva”,1952 (Reprodução SP - Arte/CASACOR)

Para quem não conhece, o FCCB foi fundado em 1939 e é um dos mais tradicionais grupos de fotografia do Brasil. Seus membros – muitos deles mulheres – produziram trabalhos amadores, mas ambiciosos, os quais incorporaram a abundante originalidade da cultura brasileira do pós-guerra. Nomes como Thomas Farkas, Geraldo de Barros, German Lorca, Eduardo Salvatore, Chico Albuquerque, Madalena Schwartz e José Yalenti, são alguns dos que já passaram pelo Clube.

FARKAS, Thomas. “Pampulha”, agosto de 1950. (Reprodução Studium Iar Unicamp/CASACOR)

Para a maior parte dos integrantes, porém, a fotografia era um hobby de final de semana. Entretanto, isso não significava que eles a levavam suas ambições artísticas menos a sério. As fotos tiradas assumiram muitas formas: de experimentos inventivos com abstrações a reflexões da vida cotidiana.

OITICICA FILHO, José. “Forma 17-B”. São Paulo, 1957. (Reprodução Studium Iar Unicamp/CASACOR)

Embora seu trabalho tenha sido amplamente divulgado por outros artistas, principalmente na década de 1950, esta é a primeira grande exposição em museu a apresentar este momento fascinante da história da fotografia para o público fora do Brasil.

Fotografia amadora: uma questão a se refletir

 

(Reprodução FCCB/CASACOR)

As fotografias expostas demonstram o alcance extraordinário do grupo, fornecendo informações valiosas sobre a forma como a estética fotográfica foi enquadrada em meados do século 20. Além disso elas nos convidam a refletir sobre a importância do status de amador hoje, considerando a realidade das redes sociais.

German Lorca “Apartamentos”, 1951 (Reprodução SP - Arte/CASACOR)

Em entrevista ao Estado de São Paulo, a curadora de fotografia do MoMa, Sarah Meister, afirmou “Desde a invenção da câmera Kodak, em 1889, fotógrafos com ambição artística lutaram para se distanciar do trabalho de amadores ou de simples profissionais interessados apenas em produção. E, como no caso de nosso contemporâneo Instagram, dentro do Foto Cine Clube Bandeirante havia muitos fotógrafos inventivos, ambiciosos, produzindo trabalhos inesquecíveis, enquanto outros eram menos originais”

CSORGEO, Tibor de. “Promenade”. In Foto Cine Clube Bandeirante- Boletim. Ano III, n.31, 1948. (Reprodução Studium Iar Unicamp/CASACOR)

Atualmente, o acervo do MoMa contém mais de 30 mil fotografias de vários lugares do mundo, inclusive do Brasil. Já o FCCB permanece ativo, oferecendo cursos, workshops, bate-papos e até passeios fotográficos.

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