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Designers suecos criam produtos a partir de resíduos industriais

As peças foram produzidas partir de resíduos industriais e orgânicos para a exposição Metabolic Processes for Leftovers, que acontece em janeiro na Suécia

Por Redação
Atualizado em 19 jan 2021, 14h47 - Publicado em 5 jan 2021, 08h00
 Seis designs do projeto feitos a partir de resíduos industriais
(David Stjernholm/CASACOR)

Seis estúdios de design suecos produziram itens e materiais a partir de resíduos industriais, incluindo pedestais feitos de cinzas, e vasos de flores feitos com resíduo de maçã, para a exposição Metabolic Processes for Leftover, em Malmö, na Suécia, com curadoria do Kiosk Studio, de Copenhague. Entre os participantes estava Henriksson & Lindgren, que trabalhou com a Kiviks Musteri, mais conhecida pela produção de sidra e vinho de frutas.

Henriksson e Lindgren fizeram vasos de flores e clipes de plantas com resíduos de maçã
(David Stjernholm/CASACOR)

“Escolhemos a Kiviks Musteri porque se destacaram dos outros, já que seus resíduos eram todos orgânicos e vimos isso como um desafio emocionante de se trabalhar”, contou Henriksson & Lindgren ao Dezeen. O resultado é uma coleção de vasos de flores e clipes de plantas feitos com o lodo que sobra da prensa de suco da empresa. 

Os potes e clipes podem ser compostados no design de Henriksson e Lindgren
(David Stjernholm/CASACOR)

Henriksson & Lindgren trabalharam com duas empresas na Suécia, para desenvolver um bioplástico a partir do lodo. “A ideia é que os potes e os clipes possam ser usados ​​várias vezes e compostados se quebrarem. Se um clipe cair por engano de uma planta e desaparecer, não há mal nenhum”, disse a dupla de designers. 

Os pedestais de Kajsa Willner prestam homenagem aos designs romanos
(David Stjernholm/CASACOR)

A designer Kajsa Willner colaborou com a empresa de materiais de celulose e papel Stora Enso para transformar a cinza do biocombustível do seu processo de produção em uma série de pedestais com formas informadas pela história. “Ao enfrentar muitos dos desafios de hoje, acredito que uma chave importante pode ser olhar para trás na história em busca de soluções. Começando com as pirâmides egípcias, passando pelos templos da Grécia e, mais tarde, pelos romanos que produziram concreto romano a partir de cinzas vulcânicas, encontrei pesquisas contemporâneas sobre geopolímero, muitas vezes baseadas em cinzas de carvão.””, disse Willner ao Dezeen. “

Design de Kajsa Willner feito de geopolímero
(David Stjernholm/CASACOR)

“Geopolímero é uma estrutura 3D inorgânica formada entre SiO2 amorfo e Al2O3 em temperatura média (cerca de 100 graus) na presença de álcali forte”, explicou ela. “Esses componentes são encontrados em altas concentrações nas cinzas volantes da combustão do carvão, que tem sido mais pesquisada, mas também são encontrados em quantidades menores nas cinzas volantes de biocombustíveis como o da Stora Enso.”

Design de Carl-Ludvig Svensson
(David Stjernholm/CASACOR)

De acordo com a designer, com a mistura ideal, o concreto geopolimérico é mais forte, mais resistente ao meio ambiente e tem uma pegada de carbono menor do que o concreto feito com cimento Portland, o tipo mais comum de cimento. “Eu queria criar objetos fundidos maciços, para realmente demonstrar o potencial do material e que ele pode substituir o cimento Portland em muitas aplicações”, disse Willner.

Design do Lab La Bla e Natural Material Studio
(David Stjernholm/CASACOR)

Também em exibição na exposição estão Carl-Ludvig Svensson, que se uniu a Vida para criar um novo material a partir de micélio e serragem, e Louise Hederström, que fez um banco de concreto e barreira de tráfego com resíduos da Finja Prefab. A M&E transformou os resíduos da Movomech em um material que pode ser usado para tampos de mesa ou divisóias, enquanto Lab La Bla e Natural Material Studio trabalharam com Ballingslöv para criar folheados e prateleiras feitas de madeira e freixo.

Barreira de trânsito de Louise Hederström
(David Stjernholm/CASACOR)

Atualmente, dois centros de pesquisa de materiais também estão em desenvolvimento no sul da Suécia, a instalação European Spallation Source (ESS) e o Laboratório MAX IV, que Johanna Sjögren Duthy, chefe de exposições do Form Design Center, disse que dá a esta parte da Suécia uma nova identidade na vanguarda da ciência dos materiais. “Dados os desafios da mudança climática que enfrentamos, temos certeza de que este campo sustentável de design se desenvolverá, passando de uma produção mais artesanal para um ambiente comercial onde pode fazer a diferença.”

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