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7 itens que fazem da CASACOR a mostra mais sustentável da América

Todos os anos, metas são cumpridas e reforçam o compromisso do evento com a natureza e a economia sustentável

Por Marianna Rodrigues
Atualizado em 31 jan 2019, 22h57 - Publicado em 5 set 2017, 14h09
A Casa de Vidro, de Alexandre Dal Fabbro, na CASACOR SP 2017 é uma boa prática de habitação sustentável. Usando uma tática de montagem e desmontagem simples e prática, como um “lego”, o método construtivo se destaca por ser reutilizável. O espaço ainda prioriza a entrada de luz e ventilação natural. (Renato Navarro/CASACOR)

A 31ª edição da CASACOR São Paulo consagrou a mostra como a mais sustentável do país. Segundo dados divulgados pela organização, o evento está cada vez mais perto de cumprir todas as metas estipuladas para 2020.

Há dois anos, a CASACOR firmou um compromisso com a sustentabilidade e, em parceria com a Inovatech Engenharia, definiu objetivos que buscam a certificação do evento dentro da norma ISO 20121.

Desde então, tem tomado uma série de medidas que englobam, entre outras coisas, a redução de resíduos e do consumo de água, o reaproveitamento de materiais e a eficiência energética. Além disso, passou também a apresentar ao público métodos sustentáveis de inovar em projetos paisagísticos, construir e decorar.

Economia nos gastos de água e energia

Entre 2014 e 2017, a mostra já economizou cerca de 50% dos gastos totais com energia elétrica. O bom resultado é consequência da crescente utilização de lâmpadas LED. Hoje, elas estão presentes em 90% dos ambientes.

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A eficácia do sistema de captação de água de chuva é outra mudança que chama atenção. Neste ano, ele evitou que mais de 18 mil litros de água potável fossem utilizados na rega dos ambientes com paisagismo, o que representa cerca 15% do total consumido pela mostra. Além disso, os banheiros também receberam dispositivos economizadores de água nos sanitários. No total, o gasto do recurso terminou 7,4% abaixo da meta estipulada pelos organizadores.

Detalhe da elevação criada por Caracho para não danificar o piso original (Marcos Caracho/CASACOR)

Na fase de montagem, a redução do uso da água também foi destaque. A economia foi de 22% em relação ao ano anterior. A diminuição foi possível devido a implantação de dispositivos economizadores, campanhas de conscientização e uma complexa rede de monitoramento com hidrômetros setorizados.

Para o diretor da Inovatech, Luiz Henrique Ferreira, a mostra conseguiu ir mais uma vez além do previsto. “Mostrou a importância das práticas que visam a diminuição do impacto ambiental e os efeitos positivos da integração do evento com a sociedade”, ressalta.

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Triagem

Outro passo em direção a um futuro mais sustentável, foram as soluções em áreas comuns e espaços funcionais. O reposicionamento das lixeiras aliado a uma campanha de conscientização, por exemplo, evitou a mistura de resíduos e, assim, permitiu que a triagem fosse feita diretamente na fonte, diminuindo a necessidade de um trabalho manual insalubre e elevando os índices de reaproveitamento para 90%, no caso dos recicláveis. O piso utilizado nos decks das áreas comuns é outro exemplo de uso inteligente na mostra, os revestimentos eram desmontáveis e agora serão reutilizados.

(Reprodução/CASACOR)

Destino dos resíduos

Os insumos gerados pela CASACOR São Paulo foram, em boa parte, doados para cooperativas. Quase 100% das 500 toneladas de resíduos produzidos na montagem da mostra foram reaproveitadas ou encaminhadas para ONGs que realizam trabalhos sociais na capital.

Jardim Deca após o início do processo de desmontagem (Reprodução/CASACOR)

Separando por material, isso significa que 276 toneladas de concreto, ferro e outros compostos foram reaproveitados; 103 toneladas de madeira foram enviadas para reciclagem ou utilizadas na geração de energia com a queima; e 117 toneladas de gesso foram encaminhadas para serem reintroduzidas na construção civil por meio do aumento de volume no processo produtivo do cimento. Além disso, 21,5 toneladas de resíduos recicláveis de papel, papelão, plástico e vidro, gerados durante todo o período de mostra, foram encaminhados para cooperativas e aparistas. Por fim, mais de três toneladas de resíduos orgânicos foram compostados e transformados em adubo, uma parte foi doada à equipe e outra será usada nas hortas do Jockey Club de São Paulo e em uma outra comunitária da região.

Desconto para ciclistas e redução do uso de papel e plástico

Em uma cidade como São Paulo, os automóveis são responsáveis por, em média, 72,6% das emissões de Gases de Efeito Estufa (Dados do Instituto de Energia e Meio Ambiente). Atenta a essa questão, a CASACOR ofereceu um desconto de 20% sob o valor do ingresso inteiro para os visitantes que fossem a mostra de bicicleta. A ação visava incentivar o uso deste meio de transporte saudável que contribui para a preservação do meio ambiente.

Bicicletário de Marko Brajovic, no Jockey Club de São Paulo, em 2015 (Divulgação/CASACOR)

Os ingressos vendidos, em sua maioria pela internet, também colaboraram para diminuir o número de papéis impressos. Na mesma linha, a diminuição das dimensões e da gramatura dos mapas impressos de localização representaram uma economia de aproximadamente 37 mil folhas de sulfite.

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Para reduzir o gasto de copos plásticos, canecas de fibra de coco foram distribuídas para os colaborados do evento, evitando que 80 mil copos descartáveis fossem usados. Os copos de papel foram a alternativa encontrada para suprir o público geral que frequentava o escritório administrativo, já que seu processo de reciclagem é mais fácil e seu tempo de decomposição menor.

Resultados visíveis

A resposta para todos esses estímulos acontece simultânea a mostra. Nesta edição, a Casa Sustentável, projetada pela arquiteta Mariana Crego, recebeu a certificação AQUA-HQE, selo de sustentabilidade emitido pela Fundação Vanzolini, principal certificadora da construção civil no Brasil, e pelo Cerway, organismo certificador francês, com consultoria da Inovatech. A profissional usou o método construtivo em módulos, que permite fácil montagem e desmontagem, aliado a painéis fotovoltaicos, sistemas de absorção de chuva, esquadrias de PVC e o telhado verde para a composição do espaço.

Casa Sustentável por Mariana Crego (Renato Navarro/CASACOR)

Compromisso Social

Trazendo a sustentabilidade para um viés mais social, a CASACOR cumpriu seu papel ao promover uma Campanha do Agasalho, aliada ao Exército da Salvação. O visitante que doava um agasalho tinha direito a 50% de desconto no valor do ingresso inteiro, no total, 115 pessoas participaram da ação. Além disso, parte da renda adquirida com os convites do Coquetel de Abertura foi doada para a AACD.

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(Rafa Renzo/CASACOR)

O arquiteto da CASACOR, Darlan Firmato, acredita que os benefícios das ações de sustentabilidade desenvolvidas atingiram todos os públicos estratégicos da mostra. E completa, “este ano, a avaliação de satisfação com a obra de CASACOR, medida entre os profissionais participantes e seus fornecedores, atingiu o índice de 86%, evidenciando o reconhecimento das nossas práticas e indicando que estamos no caminho certo”.

Próximos Desafios

Com o final da mostra em julho, a CASACOR já está se preparando para a próxima edição. Entre outras novidades, está o desafio que irá reunir os melhores arquitetos segmentados no método construtivo embasado na sustentabilidade. O Desafio Casa Sustentável é resultado da parceria entre a CASACOR e a Inovatech, onde o vencedor do campeonato irá assinar o Espaço Sustentável, em 2018. Em setembro, começa o processo de inscrições de projetos e a fase de análises da 1ª etapa! Fique de olho e prepare-se! Para mais informações acesse aqui.

 

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