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Pantera Negra exalta Afrofuturismo através da arquitetura e do design

Segundo criativos, o filme da Marvel está ajudando a construir uma nova narrativa para a África

Por Evelyn Nogueira
Atualizado em 18 fev 2020, 07h50 - Publicado em 14 Maio 2018, 17h46

Afrofuturismo é um conceito que ocorre desde a década de 60 e resgata a história e mitologia africana, e as mistura com tecnologia e ciência. Entretanto, a estética só passou a ser considerada de fato como movimento cultural a partir da década de 90, quando Mark Dery, escritor estadunidense, definiu-a através do ensaio Black to the Future. O Afrofuturismo pode se expressar através da música, literatura, cinema, entre outros e propõe nada mais do que um futuro onde pessoas negras existem.

(Reprodução/CASACOR)

O tema tem sido muito discutido após a estreia de “Pantera Negra”, dirigido por Ryan Coogler. O sucesso do filme é tanto, que já alcançou a posição de 10ª maior arrecadação de bilheteria, na história do cinema.

A narrativa se passa em Wakanda, país que não existe, mas segundo o site da Marvel, é uma pequena nação localizada na África Equatorial. A maior parte do reino foi produzida artificialmente, mas isso não impediu que designers do país achassem que a estética valorizada na obra tenha colocado a África no centro das atenções como força crescente em design, tecnologia e moda.

Reino Wakanda (Divulgação/CASACOR)

Ainda que o filme se passe em um cenário criado pelo computador, é possível observar que a arquitetura do reino valoriza o método vernacular. Mesmo tratando-se de prédios futurísticos, muitas fachadas lembram conchas. Além disso, a textura apresentada nos prédios remetem às cúpulas moldadas para drenar água e facilitar a escalação ao topo.

Cenário reproduzido em Wakanda (Divulgação/CASACOR)

Em entrevista para a Dezeen, Mark Kamau, um designer queniano, disse que é importante criar uma narrativa diferente para África, e é isso que o Afrofuturismo faz. O profissional também afirmou que o design é a ferramenta mais poderosa para transformar o continente.

(Divulgação/CASACOR)

E não precisamos estar muito no futuro para concordar com a fala de Kamau. Grandes nomes de profissionais africanos já tem surgido nos campos de arquitetura e design. Em 2016, Kunlé Adeyemi ganhou o Leão de Prata na Bienal de Arquitetura de Veneza, com o design para uma escola flutuante. Além disso, o último projeto arquitetônico do Serpentine Pavilion é assinado por Diébédo Francis Keré.

Escola flutuante de Kunlé Adeyemi (Divulgação/CASACOR)
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