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Bienal de Arquitetura de Veneza terá pavilhão com 10 capelas

Dentre os arquitetos escolhidos para os projetos estão dois vencedores do prêmio Pritzker, e a brasileira Carla Juaçaba

Por Evelyn Nogueira
Atualizado em 18 fev 2020, 07h53 - Publicado em 26 mar 2018, 18h40

O Vaticano participará pela 1ª vez da 16ª Bienal de Arquitetura de Veneza!  O anúncio foi feito na última quarta-feira, dia 20, durante uma coletiva de imprensa na Santa Sé. O evento ocorre entre 26 de maio e 25 de setembro, no Giardini di Castello.

Giardini di Castello, em Veneza (Reprodução/CASACOR)

O Vaticano terá um pavilhão especial, o Vatican Chapels (Capelas do Vaticano, em tradução livre), e selecionou 10 arquitetos ao redor do mundo para projetá-las. Com representantes dos cinco continentes, os espaços prometem trazer diversas referências culturais.

Durante a elaboração das construções, os profissionais devem considerar remontar as capelas em outros lugares, levando em conta que algumas delas podem viajar após o fim da Bienal ou até mesmo serem reconstruídas em comunidades italianas, que foram vítimas de terremotos nos últimos anos. As construções ficarão na Isla de San Giorgio Maggiore, ao lado da Basílica Palladiana, de Andrea Palladio.

Basílica Palladina, de Andrea Palladio, em Veneza (Reprodução/CASACOR)

Segundo o Cardeal Gianfranco Ravasi, ministro de cultura do Vaticano, o pavilhão foi inspirado pela Woodland Chapel, em Estocolmo, feita pelo suíço Gunnar Asplund. Recentemente o Cardeal reclamou que as igrejas modernas são “feias e não são agradáveis ou acolhedoras para rezar” e espera que as Capelas do Vaticano recuperem o diálogo entre o sagrado e a arquitetura.

Woodland Chapel, de Gunnar Asplund, em Estocolmo (Reprodução/CASACOR)

Sob a curadoria de Francesco Dal Co, historiador de arquitetura, nomes importantes foram selecionados para os projetos. Entre eles estão Andrew Berman, dos Estados Unidos; Carla Juaçaba do Brasil; Eduardo Souto de Moura, de Portugal; Eva Prats e Ricardo Flores – escritório Flores & Prats, da Espanha; Francesco Cellini, da Itália; Javier Corvalán, do Paraguai; Norman Foster, do Reino Unido; Sean Godsell, da Austrália; Smiljan Radic, do Chile e Teronobu Fujimori, do Japão. Eduardo Moura e Norman Foster são vencedores do Prêmio Pritzker de Arquitetura. Foster projetou inclusive o prédio que recebeu a CASACOR Rio de Janeiro 2017.

AQWA Corporate, de Norman Foster, no Rio de Janeiro (Reprodução/CASACOR)

A arquiteta brasileira já revelou seu projeto para a construção da capela. Será formada por quatro vigas de seção quadrada, de 12 x 12 cm e com oito metros de comprimento, que formam duas cruzes: uma em pé e a outra deitada. A cruz na posição horizontal serve como banco e a outra como a própria cruz, trazendo dois elementos importantes da igreja católica para sua construção.

Projeto de Carla Juaçaba visto de frente (Reprodução/CASACOR)

A capela será elevada do chão e construída sobre dormentes de concreto, metro a metro. As vigas são feitas de aço inoxidável polido e transformadas em espelhos que refletem o entorno. A capela poderá “desaparecer” em alguns momentos, dependendo dos reflexos do sol e das árvores, e do ponto de vista do espectador.

Projeto de Carla Juaçaba visto de cima (Reprodução/CASACOR)
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