Do Egito Antigo até hoje: conheça a evolução do paisagismo em jardins
Ao longo dos séculos, os jardins foram evoluindo conforme o estilo de vida e as necessidades que cada época apresentava
Foi no Egito Antigo que os jardins apareceram pela primeira vez. Com o objetivo de oferecer um lugar de sombra e uma lufada de ar fresco no deserto, o jardim egípcio era um verdadeiro oásis.
Ao longo dos anos, o design de jardins passou da agricultura rudimentar para se tornar uma arte refinada. Mas foi apenas no século passado que o aumento da renda, do tempo livre e da vida suburbana tornaram o jardim projetado uma característica comum das casas ocidentais.
Mas como os projetos de paisagismo em jardins evoluíram de milhares de anos atrás até o presente? A seguir, separamos o design mais popular de jardins de 4.000 anos atrás até os dias modernos. Confira!
1400 a.C: Jardim Doméstico (Era Egípcia Antiga)
O jardim egípcio era um oásis: fornecia sombra e ordenava cuidadosamente a beleza natural em uma terra árida, mas também era um refúgio espiritual, pontilhado de padrões simbólicos e árvores, incluindo olíbano e figueira.
A geometria arrojada do jardim egípcio tinha tanto a ver com a praticidade quanto com a estética.
Além do prazer, os jardins eram cultivados para os ingredientes comuns da vida cotidiana – de ervas e especiarias a papiros e palmeiras que ofereciam sombra e frutas.
400 aC a 550 dC: Pátio Greco-Romano (Era Clássica)
As cidades muradas da Grécia e Roma Antigas deixavam pouco espaço para jardins. Apenas os ricos tinham espaço para um pequeno pátio no centro de sua casa.
Não era tudo pedra e água. Canteiros de ervas e flores ostentavam rosas, violetas, açafrão, tomilho, calêndulas e narcisos, oferecendo aromas e cores frescas, embora essas áreas também fossem aumentadas com estátuas e fontes de água.
500 aC a 1700 dC: Chahar Bagh/Jardim do Prazer (Era Indo-Persa)
O jardim Chahar Bagh celebrou a beleza natural ao mesmo tempo em que reconhecia as imperfeições da vida vivida. Ainda assim, os paisagistas costumavam dividir os quatro quadrantes do jardim com água corrente para representar os quatro rios do paraíso.
A influência do paisagismo persa ainda é sentida até hoje, através das tradições islâmicas e depois pela Grécia, graças às impressões feitas por Alexandre, o Grande, quando ele invadiu e conquistou a região.
1000 a 1450: Jardim da Cidade (Era Medieval)
À medida que a cidade medieval se desenvolveu, ainda havia espaço para os moradores da cidade cultivarem um jardim. A insegurança alimentar contínua tornou as “hortas domésticas” comuns. Enquanto isso, os médicos prescreveram o perfume das flores para afastar a praga e recomendaram passeios no jardim para a saúde mental.
O jardim como símbolo de status floresceu, assim como a superioridade entre os horticultores que buscavam flores mais finas e raras para seus jardins ornamentais.
Início dos anos 1600: Knot Garden (Era Tudor)
Os paisagistas da Era Tudor teceram influências medievais e renascentistas da Itália em jardins impressionantemente complexos.
O Knot Garden começou nos tempos medievais como uma maneira prática de dividir hortas com padrões entrelaçados de ervas. Sob Henrique VIII e, mais tarde, Elizabeth I, a cerca viva tornou-se uma característica ornamental a ser admirada por si só.
1600: Jardin à la Française
Os Jardins de Versaille são uma das poucas “celebridades internacionais” no mundo do paisagismo. E eles exemplificam o tipo de jardim formal francês, cuja enorme influência na Europa do século XVII continua a reverberar até hoje.
Versalhes é uma expansão da unidade de jardim conhecida como parterre: um jardim dividido em padrões por cascalho, cobertura e canteiros de flores.
Início de 1800: Estilo Gardenesque
O célebre paisagista John Claudius Loudon concebeu o estilo jardineiro como arte elevada, que, ao mesmo tempo, retirava a responsabilidade do projeto dos arquitetos e a passava para os paisagistas.
Loudon proclamou que “qualquer criação, para ser reconhecida como uma obra de arte, deve ser tal que nunca possa ser confundida com uma obra da natureza” e, no entanto, sua filosofia de jardinagem exigia que as plantas pudessem expressar sua singularidade natural.
1870 a 1920: Jardim de Artes e Ofícios (Eras Vitoriana e Modernista)
O movimento Arts and Crafts valorizava a autenticidade e uma abordagem prática. Sua manifestação no jardim não foi diferente.
O jardim de artes e ofícios deve expressar a personalidade de seus proprietários. Começa como uma extensão da casa e depois se mistura à paisagem além do terreno do proprietário, seguindo para a floresta ou o campo.
De 1940 até hoje: Jardim Americano (Era Contemporânea)
É um clássico moderno: o gramado americano, veterano dos romances de Fitzgerald e dos filmes de David Lynch.
O gramado é o mais simples dos jardins, mas um grande símbolo para o paisagismo do início do século XX até hoje.
A arte do jardim americano é encontrada em seus elementos práticos: um caminho sinuoso que oferece vistas variadas da casa e da paisagem circundante, cerca branca e a árvore frondosa.