Apê de 110 m² ganha cozinha retrô e home office escondido
Projeto da arquiteta Kelly Figueiredo teve como premissa a escolha de peças que trazem conforto e cores alegres
Uma família composta por um casal e dois filhos adolescentes já morava neste apartamento de 110 m², na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio de Janeiro) e decidiu fazer uma reforma completa, de todos os cômodos, incluindo a nova decoração. Para esta missão, eles encomendaram um projeto à arquiteta Kelly Figueiredo. “O grande desejo dos clientes era ter uma cozinha grande, funcional e confortável porque eles adoram cozinhar juntos nas horas vagas”, revela ela.
A arquiteta eliminou o lavabo que havia entre a sala de jantar e a cozinha para integrar a varanda, a sala e a cozinha, que antes eram cômodos separados. Ela também incorporou a antiga área de serviço à cozinha para deixá-la mais ampla, transformou o quarto de empregada original na atual área de serviço e o banheiro de empregada em banheiro de visitas.
Por fim, ela fechou a porta de entrada de serviço para aumentar a porta de entrada da sala e mudou a posição da porta do banheiro dos filhos para acrescentar um espaço da circulação íntima ao quarto do casal.
Segundo Kelly, o projeto traz releituras contemporâneas de elementos clássicos para criar ambientes elegantes, mas sem abrir mão de cores, sendo a cozinha – com visual retrô – o ambiente que melhor representa este conceito.
“Busquei alegria nas cores e conforto nos mobiliários”, resume ela. “Sempre gostei de ousar, misturando estilos, cores e texturas, e desta vez não foi diferente”, acrescenta.
A cozinha é o melhor exemplo desse mix proposital – tem metais em tonalidade cinza chumbo, armários inferiores retrô com portas almofadadas de laca azul petróleo, armários superiores contemporâneos com portas levemente douradas, ladrilho hidráulico com estampa geométrica, backsplash de cerâmica esmaltada que lembra olaria antiga, parte da marcenaria em freijó natural e nicho central em mármore natural.
Na sala, a arquiteta destaca o mini-escritório camuflado na lateral do pranchão de madeira sob a TV (com marcenaria ao redor no mesmo tom de verde escuro da parede ao fundo) e ainda o antigo espaço da varanda que foi incorporado ao estar, mas ganhou um deck de madeira que remete à sua função original.
“O tapete é de origem turca, mas tem uma estampa contemporânea que cumpriu bem a função de colorir, sem pesar visualmente no espaço”, avalia Kelly.
Na decoração, que segue o estilo contemporâneo com toques retrô, é tudo novo e, segundo a arquiteta, o quesito “conforto” norteou a seleção dos móveis, com destaque para algumas peças de design assinado, como as banquetas altas Bel de Felipe Madeira (entre a cozinha e a sala), as cadeiras Nau e a mesa de jantar Lotus Fernando Jaeger (na varanda e na sala de jantar), as luminárias pendentes Lanterna de Fernando Prado para a Lumini (na sala de jantar) e o carrinho-bar Contorno de Rejane Carvalho Leite para a DonaFlor (na varanda).
Entre as obras de arte, Kelly destaca a tela colorida de Eduardo Ventura na sala de jantar, a fotografia de Ari Kaye ao lado da poltrona estofada de couro marrom (da Artefacto) e a escultura de parede (em cerâmicas fragmentadas) da artista Mitushi, na parede atrás da cama do casal.
“Ao derrubar a parede que separava a cozinha da sala, descobrimos uma tubulação de água que não podia ser removida e resolvemos transformá-la num pilar de madeira, onde hoje ficam apoiadas uma bancada de pedra com quina arredondada e duas prateleiras superiores em freijó, que seguem o mesmo formato. Durante a obra, também encontramos um grande pilar na parede em frente à porta de entrada da sala e decidimos revesti-la com um painel de madeira, com seis ganchos circulares de diferentes tamanhos para pendurar bolsas e casacos e um armário estreito camuflado para acomodar taças”, finaliza.
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