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Edifício no Rio de Janeiro explora a essência tupi e a flora do cerrado

O projeto, assinado pela Cité Arquitetura, tem inspiração no nome das ruas que o envolvem: Igarapava e Sambaíba

Por Nádia Sayuri Kaku
Atualizado em 11 fev 2024, 23h47 - Publicado em 8 fev 2024, 18h00

Localizado nas esquinas das ruas Igarapava e Sambaíba, na parte baixa do Alto Leblon, na cidade do Rio de Janeiro, o Edifício Igara tem projeto arquitetônico da Cité Arquitetura – do elenco CASACOR Rio –, dos sócios Fernando Costa e Celso Rayol, paisagismo da Embyá e interiores da Manga Rosa Arquitetura.

Edifício no Rio de Janeiro explora a essência tupi e a flora do cerrado. Projeto Cité Arquitetura.
(André Nazareth/CASACOR)

O Igara tem inspiração no nome das ruas que o envolvem, consolidando uma relação direta com a vocação do lugar. Foram utilizados na concepção do projeto a etimologia da palavra ‘Igarapava’, um termo de origem tupi que significa “Porto de Canoas”, e o significado de “Sambaíba”, nome dado a um arbusto sarmentoso nativo do cerrado brasileiro.

Edifício no Rio de Janeiro explora a essência tupi e a flora do cerrado. Projeto Cité Arquitetura.
(André Nazareth/CASACOR)

O projeto da Cité partiu desses significados para recriar a ideia da força da árvore. Com seu embasamento enraizado, como um porto seguro íntegro ligado à terra, o edifício busca o céu em ascensão.

Edifício no Rio de Janeiro explora a essência tupi e a flora do cerrado. Projeto Cité Arquitetura.
(Dani Leite/CASACOR)

As varandas, integradas às salas e aos quartos, contam com fechamento de vidro retrátil, o que permite levar mais luminosidade natural, ventilação e sensação de liberdade, além do melhor aproveitamento dos espaços. A ideia é integrar o lado de dentro com o lado de fora, ao mesmo tempo possibilitando liberdade espacial aos moradores.

Edifício no Rio de Janeiro explora a essência tupi e a flora do cerrado. Projeto Cité Arquitetura.
(Dani Leite/CASACOR)

O conceito do enraizamento e da ascensão ao céu é evidenciado pelas cores da fachada, que vão dos tons mais terrosos e escuros na parte do embasamento, a tons mais claros e suaves na parte de cima do edifício. Com essa relação, a grande copa da árvore seria o próprio edifício, onde um delicado elemento de gradil transmite a ideia desse fechamento em galhos, que acolhe e protege como um ninho.

Edifício no Rio de Janeiro explora a essência tupi e a flora do cerrado. Projeto Cité Arquitetura.
(André Nazareth/CASACOR)

Nos primeiros pavimentos, o gradil se manifesta de maneira mais concentrada e fechada, criando uma sensação de solidez e fundamentação. Essa escolha arquitetônica não apenas enaltece a base do edifício, mas também sugere a ideia de enraizamento profundo, fundamentando o conjunto de forma sólida e robusta.

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Edifício no Rio de Janeiro explora a essência tupi e a flora do cerrado. Projeto Cité Arquitetura.
(André Nazareth/CASACOR)

À medida que se ascende ao longo da estrutura, uma transformação gradual se desenrola. O gradil, antes denso e compacto, começa a abrir-se, revelando uma progressão fluida em direção aos andares superiores.

Edifício no Rio de Janeiro explora a essência tupi e a flora do cerrado. Projeto Cité Arquitetura.
(André Nazareth/CASACOR)

Localizado acima das coberturas, o edifício possui um terraço-jardim que se propõe a ser um ambiente de convívio, com espécies de vegetação litorânea, de restinga. Há também uma horta e uma área de contemplação da paisagem do entorno, com uma vista privilegiada para o mar. A vista do alto dialoga com o deslumbramento que sentimos ao alcançar o galho mais alto de uma árvore forte e robusta.

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