Continua após publicidade

Centro comunitário construído com lama e bambu empodera vila em Bangladesh

Vencedora do Obel 2020, a construção inclusiva foi planejada com facilidades para PcDs e será usada para incentivar a autonomia das mulheres locais

Por Redação
29 out 2020, 14h58
(Kurt Hoerbst/CASACOR)

Bambu e barro: estes foram os únicos materiais utilizados pela arquiteta alemã Anna Heringer na construção do centro comunitário Anandaloy em Rudrapur, um povoado em Bangladesh.

(Kurt Hoerbst/CASACOR)

Vencedor do Obel em 2020 –  prêmio internacional de arquitetura que acontece anualmente na Fundação Henrik Frode Obel, na Dinamarca –, o Anandaloy, que significa “um lugar de profunda alegria” no dialeto local, se caracteriza pela construção com materiais fornecidos pela terra e pela motivação social de dar autonomia e melhorar a comunidade local.

(Kurt Hoerbst/CASACOR)

A construção de dois andares abriga, no térreo, um centro de terapia para pessoas com deficiências e, no piso superior, uma oficina de manufatura têxtil para mulheres locais. Para Martha Schwartz, membro do júri do prêmio Obel, o Anandaloy é “um projeto sem igual”. “Anna está construindo de forma sustentável, usando materiais que já estão lá, envolvendo pessoas para que elas possam aprender a construir por si mesmas, e criando oportunidades para mulheres e pessoas com deficiência”.

(Kurt Hoerbst/CASACOR)

No Anandaloy, a rampa aparece como símbolo da inclusão. “A própria arquitetura desperta consciência da importância de incluir a todos. Diversidade é uma coisa linda que deve ser celebrada”, completa Martha. As rampas aparecem na entrada do edifício e no ambiente interno, conectando os dois níveis e criando, embaixo delas, um espaço que se assemelha a uma caverna que pode ser usado para recreação ou isolamento.

(Kurt Hoerbst/CASACOR)

Sobre sua construção, a Anna Heringer pondera “existem muitos recursos disponíveis na natureza de graça, basta nossa sensibilidade para vê-los e nossa criatividade para usá-los”. Trabalhar com barro permitiu que os próprios usuários pudessem participar ativamente da construção do prédio. “Nós precisamos trazer o trabalho para onde as pessoas estão, assim eles podem fazer uso de seus próprios recursos, construindo suas próprias casas, cultivando seu próprio alimento e cuidando de suas famílias”.

(Kurt Hoerbst/CASACOR)
Publicidade