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Shinrin-yoku: o “banho de floresta” terapêutico japonês

A técnica de visitar bosques e florestas possui benefícios medicinais, como redução da ansiedade e fortalecimento da imunidade

Por Ana Carolina Harada
9 out 2020, 17h06

Sabe a sensação de tranquilidade que vem quando se está no campo ou em um bosque? Faz parte do imaginário comum que experiências como essas são relaxantes e podem trazer paz interior. Mas esse conhecimento vai além da sabedoria popular. A shinrin-yoku, “banho de floresta” em português, é uma técnica medicinal japonesa baseada na imersão em natureza.

Terapia natural

 

Casa Arca, de Marko Brajovic (Reprodução Atelier Marko Brajovic/CASACOR)

Ela surgiu em 1982, como uma iniciativa da Agência Florestal do país, para estimular as pessoas a conhecerem os bosques nos arredores de suas casas e se reconectarem com o verde. Não demorou muito até os benefícios começarem a aparecer. É sabido que a maioria da população sofre com estresse, esgotamento e questões de saúde mental. A shinrin-yoku ajuda na diminuição da ansiedade, do cortisol – hormônio causador do estresse -, melhora o desempenho cognitivo e pode fortalecer a imunidade. Trata-se de uma forma de medicina preventiva, para equilibrar corpo e mente.

Meditação e harmonia

 

The Last Shola @ Stayatyercaud.com, Yercaud (Reprodução/CASACOR)

Mas não basta ir até um parque e ficar mexendo no celular. Para sentir os efeitos da terapia, é preciso se comprometer verdadeiramente. O processo começa com ida até a floresta, depois é preciso ir desacelerando os ritmos e pensamentos. O próximo passo é uma caminhada lenta, observando os detalhes do meio: o canto dos pássaros, o movimento das folhas, o andar dos insetos. A shinrin-yoku é uma atividade solitária, pois o silêncio é fundamental. O objetivo é conectar-se com o bosque plenamente, em um momento de meditação imersiva.

As florestas da arquitetura

 

Open Air Theater, no Japão (Kitajima Toshiharu/CASACOR)

A conexão espiritual com a natureza é tema recorrente na cultura oriental e vêm se difundindo por outras áreas, como a arquitetura. A biofilia, por exemplo, surge em diversos projetos, assim como a biomimese, corrente que utiliza os mecanismos de organismos vivos como inspiração para tecnologia.

Casa Arca de Marko Brajovic (Reprodução Atelier Marko Brajovic/CASACOR)

Em CASACOR, vários profissionais priorizaram o contato com o verde em seus projetos e se inspiraram na ideia de uma casa que pudesse ser um local de contemplação de plantas, flores e até árvores. Já dizia Paulo Leminski em seu haicai – tipo de poema japonês curto, geralmente com temática natural:

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luxo saber
além dessas telhas
um céu de estrelas.

Confira uma seleção de ambientes que mergulham nas florestas na galeria abaixo!

 

 

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