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Tudo e todas as cores: Coral Hotel faz revisão cultural na CASACOR SP

A partir de referências das culturas indígena, africana e europeia, o hotel divide holofotes entre cores vibrantes e uma robusta coleção de arte e design

Por Giovanna Jarandilha
Atualizado em 17 fev 2020, 16h33 - Publicado em 31 jul 2019, 15h49

Pedro Lázaro encontrou uma forma engenhosa de contornar a impessoalidade que acompanha o design de hotéis: através de um contato intenso com a arte. A tendência naturalmente imersiva das obras faz do Coral Hotel uma experiência vívida, entre muitas cores e muitas origens. Interpretações de peças africanas, europeias e indígenas refletem sobre o que nos torna globalizado, e sobre as referências que nos precedem.

(Romulo Fialdini/CASACOR)

As cores talvez sejam a característica mais marcante do lobby. Um suave tom de azul acinzentado clareia dois terços das paredes, e apenas faz divisa com um roxo berinjela cheio de personalidade. A combinação inova na forma de expor a robusta coleção de arte, geralmente neutralizada em fundo branco.

O conceito de hospedagem se alia à contemplação da arte – um não se desenrola sem o outro. “A ideia é oferecer ao hóspede imaginário, além de ambientes confortáveis, a contemplação de obras de arte e objetos criados por artistas e designers renomados do cenário contemporâneo”, conta Pedro.

(Romulo Fialdini/CASACOR)

A peça central – meio escultura, meio instalação – enche os olhos logo na entrada. Trabalho de Ernesto Neto, é chamada de O Corpo Vai e Vem, e se constitui em materiais moldáveis como lycra, algodão e espuma para intensificar seu caráter sinestésico. O tecido tem um quê de pele, e brinca com os limites do desejo do toque.

(Romulo Fialdini/CASACOR)

Ao fundo, o colorido explode da tela do pintor alemão Franz Ackermann. O contraste das cores rompe para fora da pintura intitulada Empty Flagposts, e estabelece uma conversa improvável com o também extravagante cenário.

(Romulo Fialdini/CASACOR)

A selecionada coleção de arte apenas divide holofote com o mobiliário. A estante modular e o sofá gema – peças-chave na ambientação – levam a assinatura de Jorge Zalszupin. Móveis reeditados dos anos 60 também compõem o lobby, trazendo designs icônicos como a poltrona R e a poltrona Z de Zanine.

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As culturas se correlacionam nas peças, sendo possível encontrar diluídos no espaço tanto um banco xingu como uma poltrona do arquiteto finlandês Alvar Aalto.

(Romulo Fialdini/CASACOR)

O hotel ainda conta com suíte e sala de jantar. O interessante do espaço é a solução encontrada para a arquitetura original do Jockey Club, onde a mostra acontece. Uma escada com marcas do tempo muito visíveis toma forma atrás da cama, e mantê-la em seu estado legítimo, apenas protegida por uma tela de nylon metalizada, foi a decisão que pautou a organização do mobiliário. Ela ainda recebe uma iluminação por lustres internos que evidenciam seus anos de uso.

(Romulo Fialdini/CASACOR)

Envolto por essas telas, o banheiro foi revestido por piso de seixos rolados, uma estrutura sensorial que remete à textura das margens de rios e cachoeiras. A irregularidade das pedras massageia os pés, sensação que contrapõe o conceito impessoal de hotelaria. A pintura com efeito velvet, também sensorial, estimula o toque em caráter naturalista.

CASACOR SÃO PAULO 2019:

QUANDO?

De 28 de maio a 04 de agosto

Terça a sábado: das 12h às 21h

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Domingos e feriados: das 12h às 20h

ONDE?

Jockey Club de São Paulo – Avenida Lineu de Paula Machado, nº 1075 – Cidade Jardim

INGRESSOS:

De terça a quinta-feira:

Ingresso inteiro: R$ 64,00/ Meia entrada: R$32,00

De sexta a domingo e feriados:

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Ingresso inteiro: R$ 80,00/ Meia entrada: R$40,00

Valet: R$ 40,00

Classificação: Livre

As vendas dos ingressos para São Paulo estão disponíveis no site: casacor.byinti.com

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