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ZAV Architects constrói vilas coloridas de areia no Irã

O escritório criou a Majara como um marco de uma arquitetura que também tem papel de agente de transformação social

Por Redação
10 dez 2020, 18h20
Complexo Majara, formado por cúpulas de areia colorida, no por do Sol
(Payman Barkhordari/CASACOR)

A Presence in Hormuz é uma série de empreendimentos urbanos semipúblicos, assinados pela ZAV Architects, que têm como objetivo capacitar e empoderar a comunidade da ilha. Uma de suas construções recentes é uma residência cultural multiuso chamada Majara (que significa aventura).

Complexo Majara visto à distância
(Payman Barkhordari/CASACOR)

A ZAV explica que o projeto é um processo contínuo que visa construir confiança ao invés de objetos arquitetônicos. O complexo residencial compreende uma infinidade de cúpulas em pequena escala construídas com a técnica “superadobe” desenvolvida pelo arquiteto iraniano Nader Khalili.

Vista aérea do complexo, com o mar à vista
(Payman Barkhordari/CASACOR)

Segundo o portal Designboom, o colorido das casas faz referência à topografia da ilha de Ormuz. “Neste projeto, um tapete é tecido com nós granulares inspirados nas partículas que constituem o ecótono da ilha”, continua ZAV. “Os sacos de areia que criam as cúpulas são preenchidos com a areia de dragagem da doca, como se a terra tivesse se inflado para produzir espaço para acomodação.”

Interior da casa. Paredes coloridas de azul e soa, camas também coloridas
(Payman Barkhordari/CASACOR)

As cúpulas são capazes de acomodar uma variedade de programas, sendo que a maioria deles oferece acomodação. Algumas contêm áreas comuns com espaço para os residentes lavarem roupa ou jantarem em um café no local. Também há salas dedicadas ao artesanato, orações e até uma área de informações turísticas.

Arquitetura da transformação

 

Complexo Majara fotografado do mar
(Payman Barkhordari/CASACOR)

Ormuz é um antigo porto histórico no estreito de Ormuz no Golfo Pérsico, ao sul do Irã, que é fundamental no embarque de petróleo do Oriente Médio. A ilha tem paisagens surreais coloridas impressionantes, porém, tristemente, a prosperidade e riqueza do combustível não chega a todos os habitantes locais.

À esquerda, praça interna no complexo com árvore no centro e montanha ao fundo. À esquerda parede verde com porta e grande janela circular.
(Payman Barkhordari/CASACOR)

“Em um país cujo Estado se envolve em disputas políticas, todo projeto arquitetônico se torna uma proposta de governança alternativa, fazendo perguntas básicas: quais são os limites da arquitetura e como ela pode sugerir uma alternativa política para a vida comunal? Como pode exercer o papel de agente social? ponderam os arquitetos.

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