Paredes de concreto emolduram a vista de Bali no hotel Tiing
Longe dos movimentados pontos turísticos, o Tiing usa de materiais e técnicas de construção tradicionais para reverenciar a cultura local
Projetado por Nic Brunsdon, de Perth, em colaboração com o estúdio local Manguning, Tiing é como uma “recompensa para os intrépidos”. Para os estúdios, o projeto precisaria se diferenciar para afastar os visitantes dos pontos turísticos tradicionais de Bali; assim o projeto prezou por transformar o Tiing em um resort inserido em seu contexto local e cultural.
O projeto se apoia deliberadamente em materiais e técnicas de construção tradicionais, ao mesmo tempo em que fornece uma estrutura conceitual robusta. Sabendo que o concreto é o método de construção mais utilizado de Bali e que o bambu é abundante, uma série de paredes de concreto em formas de bambu foram erguidas no local para criar condições intermediárias e internas, enquadrando as montanhas e o mar.
A materialidade deste projeto visa trabalhar dentro do contexto local, técnicas construtivas, recursos e clima; um regionalismo acidentado.
Em um clima tropical, um acabamento limpo exigiria muita manutenção, sofrendo com as intempéries. Assim, a escolha pelo bambu e pelo concreto realça o caráter da arquitetura e do local. Expressar a textura e a forma do bambu como uma impressão na pátina do concreto torna-se o motivo deste projeto.
Em cada extremidade, as paredes referenciam os portais balineses predominantes em toda a ilha. Esses portais são totens altamente decorados, cortados por para incentivar o espírito a seguirem em frente.
Arquitetonicamente, essas paredes funcionam como funis, oferecendo em cada quarto a vista da montanha e do mar. Para o escritório, esta condição é mais do que estética, e funciona como parte de uma experiência de viagem, de localização e aterramento.
A piscina, oculta na sequência de entrada, age como um momento de chegada energizante em alto contraste com a exuberante selva. Além disso, uma atenção foi prestada em relação à altura do terreno e à forma como os corpos d’água da piscina e o oceano formam uma camada contra o horizonte.
Oculto no centro da planta está o banheiro. Ali, o acabamento é liso e sem adornos. Cada ambiente tem um poço de luz, conectando o ocupante ao céu. Protegido, escondido e central, este espaço se torna uma surpresa bem-vinda, um lugar de refúgio. Este é um espaço para se reconectar a si mesmo e à natureza.
Fonte: ArchDaily
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