A mostra, que segue aberta até 13 de outubro, conta com 59 ambientes sintonizados com conceitos de sustentabilidade e preservação do patrimônio histórico
Atualizado em 17 fev 2020, 16:30 - Publicado em 04 out 2019, 18:50
(Daniel Mansur/)
01/10 - Recuperar parte da história da obra feita por um mestre do paisagismo. Esse é o desafio que Nãna Guimarães se propôs a realizar na mostra deste ano. A profissional é a responsável pelo Jardim Burle Marx, que tem, aproximadamente, 400 metros quadrados. Para restaurar parte da proposta inicial, datada da década de 1950, ela teve acesso ao projeto original. Com as informações do que foi feito na época, Nãna resgatou algumas espécies nativas brasileiras que atualmente são difíceis de serem encontradas, já que caíram em desuso. Entre elas estão a Guaimbé, a Camará, a Bela Emília, a Trapoeraba Roxa, a Giesta e a Agave. (Daniel Mansur)
02/10 - Assinado por Pedro Lázaro, o Salão Nobre e a Sala de Jantar traz uma seleção de obras de arte importantes como a tela rara de Alberto da Veiga Guignard. Vale observar como os elementos originais foram preservados e restaurados, como as paredes revestidas em pinho de Riga e o piso em tacos de peroba. A luminária-instalação é uma parceria da multiartista Rita Lessa e A. de Arte. (Jomar Bragança)
03/10 - Presente pela primeira vez na mostra, Janaína Pacheco se uniu ao veterano Maurício Bomfim no projeto Casa dos Eucaliptos, que também está sendo chamada de Casa do Lago, uma das construções mais audaciosas da mostra. Bomfim inclusive é o nome por trás de todo o design de interiores, além de várias peças do mobiliário. A casa criada pela dupla está totalmente integrada à natureza, uma vez que o espaço está localizado dentro de um bosque de eucaliptos, que foi inclusive incorporado ao projeto. Nos jardins, o destaque fica por conta do lançamento da linha de mobiliário para área externa, assinada pelo premiado Jader Almeida, além de um jogo de espelhos, convidando para que os visitantes possam olhar para si enquanto estão imersos em uma pequena floresta, estabelecendo uma conexão com o meio-ambiente. (Daniel Mansur)
04/10 - Com aproximadamente 250m², o Lazer do Jardim, assinado pela arquiteta Estela Netto, é outra atração à parte. Certamente chama a atenção do visitante pela imponência e pelas grandes proporções. Construído a partir de uma técnica em treliça metálica espacial e steel frame, o espaço reúne diversos ambientes como Home Cinema, Espaço Gourmet, Adega e Lounge da Lareira e é um dos exemplos de construções que prezam pela redução do volume de resíduos gerados, apresentando métodos construtivos limpos e inovadores. O conceito é de um espaço totalmente voltado para o lazer e diversão, seja em uma reunião familiar ou num encontro entre amigos. Entre os destaques, a presença marcante da luz natural, por meio de um pergolado e grandes vãos em vidro, o uso de materiais e texturas naturais, além da inserção de tecnologia no espaço, que é totalmente automatizado. (Daniel Mansur)
05/10 - Em sua quarta participação na CASACOR, Flávia Roscoe assina um dos ambientes mais desejados pelos visitantes: a Suíte do Governador. O conceito nasceu da seguinte reflexão feita por ela: “O que é ouro para você?”. Essa observação tem como objetivo apontar as responsabilidades que os políticos que ocuparam o local possuíam, não no sentido material, mas no de valorizar o que é do povo, no verdadeiro propósito de habitar aquele espaço. Os visitantes encontrarão, ao longo do ambiente, tons discretos em dourado, uma mesa de trabalho, uma poltrona de leitura de frente para uma bela vista, uma mesa para tomar o café da manhã, um painel atrás da cama que remete à época da construção da casa na década de 1950, além de várias obras de arte. A ideia foi criar a sofisticação e a leveza do acolhimento em um mesmo local. (Jomar Bragança)
06/10 - Norah Fernandes e a estreante Bárbara Nobre são as responsáveis pelo projeto Gabinete. Por meio de uma pesquisa realizada para entender como era o uso do local, além de valorizar os objetos originais da década de 1950, as profissionais optaram por contar a história do lugar por meio da decoração. Peças como um painel e uma sanca de iluminação de estrutura metálica daquela época foram restauradas. Um sofá do período também compõe o ambiente. Para trazer contemporaneidade, móveis no estilo Hi-Tech, como cadeiras ergonômicas, compõem a cena. O grande diferencial é o conceito inovador que as arquitetas apresentam para o layout do escritório, seguindo um hábito turco na disposição das cadeiras que promove a interação de todos no ambiente. (Jomar Bragança)
07/10 - A Cozinha Leroy Merlin é outro projeto que merece destaque. Assinada por Felipe Soares, a proposta foi criar uma cozinha tipicamente mineira. O ambiente de 38m² procura ressignificar o mobiliário tradicional de armazéns e cozinhas do interior do estado de uma maneira extremamente minimalista e sofisticada. O projeto possui uma ilha central integrada a uma bancada, mesa e um fogão a lenha na extremidade. Materiais artesanais como tijolo de barro, uma releitura do tradicional vermelhão e o ladrilho hidráulico, além de obras de arte de importantes artistas mineiros contemporâneos, como Mabe Bethônico e Flávia Bertinato, também compõem o local. Um armário aberto, nos moldes das antigas vendas/armazéns, completa o espaço. (Jomar Bragança)
08/10 - Um espaço de pesquisa e de descobertas. Assim, Ana Bahia e Sarah James descrevem a a proposta do Marble Lab, a cozinha funcional desta edição. O objetivo foi criar um espaço propenso às experiências, sejam elas sensoriais ou espaciais. O projeto propõe diversas maneiras de uso e ocupação do local, como aulas de culinária, jantares, palestras e reuniões que também podem ser feitas ao ar livre. Um dos pontos altos do ambiente é o design do mobiliário feito com materiais como ônix, inox, pedra sabão e feltro, utilizados de maneira inusitada. A arquitetura foi pensada como um bloco cujos ângulos não retos provocam diferentes visadas a cada ponto de partida. (Jomar Bragança)
09/10 - Batizado de Refúgio, o loft assinado por Júnior Piacesi, é um dos primeiros fortes impactos junto ao público, já que está no início do percurso. Ele é totalmente inserido no contexto em que está implantado sem criar ruído junto à paisagem graças à fachada mimética integralmente revestida em espelho, que cria jogo de esconde-esconde em meio ao bosque de eucaliptos. Uma grande passarela liga a rua à casa, que parece voar, a seis metros do solo firme, permissão dada pela estrutura metálica de seu esqueleto. Internamente estão dispostos a cozinha, a mesa, a cama, o closet, o banheiro e um espaço de meditação, tudo integrado com a leveza do concreto do piso e das placas de cimento que encapam uma parede longitudinal. Do lado oposto, o fechamento é todo em vidro, que também está em uma faixa no teto: privilegiando a entrada de luz natural e a visão que se tem da paisagem dos eucaliptos – à noite eles também ganham iluminação especial. Destaque para os móveis e luminária de design assinado. (Jomar Bragança)
10/10 - Nobre Salão dos Tempos por Gustavo Penna, Laura Penna e Tina Barbosa. O espaço se vale de elementos refinados para endossar uma ideia de nobreza, como em um tapete orgânico em verde, que abraça os pilares e se estende no espaço como um convite a quem está entrando. O muxarabi ganha linguagem contemporânea, salientada pela obra de arte única, que toma toda uma parede, leva cor para o espaço, e ainda faz referência aos painéis enormes característicos do modernismo. (Jomar Bragança)