Os conceitos da
arquitetura japonesa estão vindo com tudo para o Brasil (assim como para todo o mundo), e um dos melhores exemplos disso é o
wabi-sabi, estilo que conquista a cada dia mais arquitetos e decoradores com sua proposta equilibrada e natural. Na
CASACOR Rio Grade do Sul deste ano, essa tendência foi
trazida por Daniel Wilges, que somou peças clássicas e finas a texturas mais orgânicas. O belíssimo projeto fez sucesso na mostra em Porto Alegre, mas afinal, o que é o wabi-sabi? Quais são as suas premissas?
O que é estilo wabi-sabi?
O wabi-sabi foi inspirado na cultura
zen-budista, que se baseia na beleza do transitório e no uso de formas orgânicas para aproximar os moradores de algo mais primitivo e acolhedor. O
minimalismo se mostra como um pilar importante desse estilo, com a premissa de que "menos é mais". Outra característica marcante do wabi-sabi é o uso de
tonalidades mais neutras aliadas a texturas que remetem à natureza. O propósito é levar o visitante ou morador a uma época mais simples, resgatando o Japão do século XV para a modernidade. Com isso, é possível
vivenciar a experiência de algo sutil e moderno, somado à tudo o que é essencial.
Casa Wabi-sabi
Com isso, o ambiente refletiu sobre a nova conotação atribuída aos lares do pós-pandemia e a
crescente busca por lares mais acolhedores e primitivos. Assim, o espaço intimista e acolhedor
resgatou as raízes do ser humano e sua relação com o ambiente.
Sustentabilidade no centro do wabi-sabi
Outro pilar importante quando pensamos no estilo wabi-sabi é a sua
relação próxima com aquilo que é natural. O uso de elementos orgânicos é bastante tradicional na cultura zen-budista; dessa forma, o uso de peças de cerâmica, palha e outras fibras naturais, assim como a madeira, marcam esse estilo. Mesmo os adornos que apresentam alguma rachadura ou defeito são aproveitados nesse estilo que valoriza a estética rústica e
contraria os desperdícios.
Mix de texturas
As texturas são grandes aliadas desse conceito, pois são capazes de trazer um
aspecto mais sensorial ao ambiente. Por isso, o uso de pedras, tecidos e tudo aquilo que convide ao toque é valorizado. Na Casa Wabi Sabi, por exemplo, o arquiteto apostou em mármore e outros tipos de pedra para criar um contraste surpreendente entre peças rústicas e elementos sofisticados.