Com a notoriedade que as
cozinhas conquistaram nos projetos residenciais, um ponto tornou-se ainda mais evidente na sua concepção:
a importância da ergonomia. Sempre atento a esses cuidados, o arquiteto
Bruno Moraes, à frente do escritório
BMA Studio, deixou essa preocupação ainda mais evidente no projeto que assina para a
CASACOR São Paulo 2023. (Guilherme Pucci / CASACOR)
Em sua ‘
Cozinha Funcional’, o profissional denota a
estética arrojada da sua proposta, bem como assinala a importância de observar as
medidas confortáveis para a instalação das áreas de trabalho e eletrodomésticos. Mas, de quais conceitos nasce uma
cozinha ergonômica? Confira
5 características apontadas pelo arquiteto Bruno Moraes.
1. Armários de cozinha
Um dos principais móveis de uma cozinha são os
armários, que ocupam grande parte da área. Quando armários superiores são instalados acima do
blackspash, o recuo é imprescindível para
evitar acidentes. Em termos de medidas, o arquiteto sinaliza uma
distância de 75 cm quando temos o armário superior recuado do alinhamento da bancada, mas quando temos o armário superior alinhado com a bancada, sem recuo, precisamos ter mais de
1 m de distância entre armário e bancada.
2. Circulação no espaço
(Guilherme Pucci / CASACOR)
O ponto de partida é entender o
fluxo da cozinha e a
dinâmica dos moradores. Em
layouts que apresentam apenas a
bancada à frente de alguma parede, “cozinha corredor“, o profissional recomenda uma
circulação maior, para não passar a impressão de ambiente apertado ou claustrofóbico.
Ainda que para muitos ela pareça apenas um charme, pensar ergonomicamente na torre quente
transforma a cozinha de maneira fantástica. Para isso, é preciso analisar as
características do eletro, para produzir a marcenaria que o receba
corretamente e que considere as
necessidades de respiro de cada equipamento. No que diz respeito às
dimensões no nicho, ele indica que, em geral, as empresas sugerem um mínimo de
60 cm de profundidade, entretanto, vale sempre uma
análise personalizada por parte do arquiteto, que entre outros pontos, precisa considerar uma altura que seja confortável aos olhos e ao acesso do morador.
4. Cooktop e pia
De maneira geral, o profissional considera a
instalação do cooktop em uma altura entre
90 a
95 cm do piso, mas visando o conforto, ele deixa para bater o martelo após analisar as características do morador. Outra medida
referencial é a
espessura da bancada que receberá a peça, que vai depender de acordo com a resistência do material que escolher.
(Guilherme Pucci / CASACOR)
O planejamento ainda considera uma
distância mínima da parede, bem como um espaçamento, nas laterais do
cooktop, que servirá como
ventilação e uma área destinada para apoio dos alimentos. Para evitar
superaquecimento, é fundamental considerar uma folga entre
5 e
10 cm do fundo, dependendo do modelo que escolher, e sempre prever uma
distância mínima da pia da cozinha (50 cm é um bom parâmetro) para não respingar água durante o uso da torneira. Semelhante ao
cooktop, as pias acompanham o
mesmo nível da bancada. 5. Bancada e setores de trabalho
Para as bancadas de trabalho, o arquiteto recomenda entre 90 a 95 cm de altura a partir do piso, sendo que propostas mais altas, como um balcão, podem atingir entre 1 a 1,10 m.
(Guilherme Pucci / CASACOR)
E quando a área recebe a atribuição de servir, em geral as banquetas devem apresentar uma altura de
75 cm, no caso de
balcão e
banquetas com altura de
65 cm para bancadas de até
95 cm do piso, deixando um recuo de
25 cm para o encaixe das pernas embaixo do balcão e um mínimo de
10 cm de recuo para o apoio dos pés na base de alvenaria, que normalmente é elevada do piso entre 10 e 15 cm com relação ao piso.