Entre eles, cinco são instalações artísticas e um será montado pela 1ª vez em uma comunidade. 37ª edição fica em cartaz até 28 de julho no Conjunto Nacional
Atualizado em 03 jun 2024, 08:13 - Publicado em 18 mai 2024, 07:46
Gabriel Fernandes - Casa Veredas Simonetto. Despertar reminiscências do imaginário rural é o intuito desta casa de 120 m², que homenageia a vida caipira. O hall de entrada se conecta ao ato de costurar por meio da obra-instalação A Costura do Erro, de Adrianna Eu; o fogão é a lenha; e um oratório na saída lembra a importância de agradecer. Desafio técnico do projeto, a estante que viaja até o forro abriga blocos modelados por mulheres atendidas pelo Instituto Maria do Barro, de Brasília. Cada tijolo contido nos nichos representa a maneira como sua autora enxerga a casa. Atrás do sofá, mais uma joia: o painel montado com um antigo piso cerâmico de Francisco Brennand.(MCA Estúdio/)
01/75 - <strong>Instalação "Segurar o Céu" - Denilson Baniwa</strong>. São múltiplos os estratos que constituem o universo da cosmologia baniua, que por sua vez se ligam às divindades, espíritos, outras gentes e elementos, conectando o que está abaixo e acima da terra. Uma dessas camadas é o lugar fonte de cura, onde mora Nhiãperikuli, responsável pela forma do mundo, compartilhado com Kamathawa. Denilson Baniwa, artista e ativista indígena, atou essa cosmologia com outras produções – A Queda do Céu, de Davi Kopenawa e Bruce Albert, e Futuro Ancestral, de Ailton Krenak – para elaborar sua obra Segurar o Céu, duas instalações especiais para a CASACOR, propiciando aos visitantes a conexão com outras formas de viver, compreender e sustentar o mundo. (MCA Estúdio)
02/75 - <b>José Roberto Moreira do Valle - Loft do Jovem Executivo</b>. Contemporâneo e clássico se revezam neste loft de 113 m². A paleta neutra caminha entre preto, beges e terrosos, sugerindo uma atmosfera serena. Peças de mobiliário modernas contrastam com escolhas que carregam o peso da tradição, tais como a cômoda bombê (de madeira e formas curvilíneas) e o lustre de cristais. O clima acolhedor ganha reforço com o mosaico na parede e os painéis amadeirados que revestem o espaço – e serão posteriormente reutilizados, compromisso de sustentabilidade. (Bia Nauiack)
03/75 - <b>Leo Shehtman Arquitetura e Design - Dell Anno Global Living</b>. O ar cosmopolita dos lofts nova-iorquinos seduz no espaço de 130 m². A mistura fina de design e obras de arte contemporâneas convive com a casualidade dos acabamentos industriais, tão marcantes desse estilo arquitetônico. Dos tijolinhos pretos que cobrem as paredes até as pedras brutas no piso da cozinha, passando pela combinação de vidro e serralheria no closet, o projeto coloca em evidência as texturas e a tenacidade dos materiais. “Perseguimos uma atmosfera intimista que representa o cotidiano vivido. As formas, as texturas, a luz e a sombra trazem personalidade e sofisticação”, conta o arquiteto. (MCA Estúdio)
04/75 - <b>Cacau Ribeiro Interiores - Nosso Próprio Tempo</b>. Aproveitar o melhor dos dias, recebendo amigos e viajando: objeto de desejo, esse estilo de vida foi personificado na forma de um casal maduro, a quem se destina esta morada de 120 m². “Valorizamos o conforto e o bom design. Os habitantes deste loft desejam viver rodeados de boas lembranças”, resume a designer. Peças de mobiliário assinadas por ela fazem companhia a outras de Alfio Lisi e Isabelle De Mari e à luminária-ícone Sampei, do italiano Enzo Calabrese. Em nome das atitudes sustentáveis, apenas tintas à base d’água, lâmpadas de led e equipamentos elétricos eficientes integram o espaço. (MCA Estúdio)
05/75 - <b>Brunete Fraccaroli Arquitetura e Interiores - Transcendendo Épocas</b>. A marca ousada e colorida da arquiteta delineia, desta vez, um loft de 74 m², vislumbrado para um morador jovem, moderno e antenado com seu tempo. O personagem está representado, em escala 1:1, pela escultura de papel desenvolvida em conjunto com a artista visual Mariana Kamilos. No mobiliário, chamam a atenção peças de Jader Almeida e Roberta Banqueri. Atente para o tapete de formato pouco convencional e a cortina de correntes, além da decisão sustentável de utilizar apenas materiais que poderão ser reaproveitados quando a mostra se encerrar. (Romulo Fialdini)
06/75 - <b>Studio Ro+Ca - Loft Celmar - 2064</b>. Conjugar ancestralidade e tecnologia, deixando uma lembrança para o dia depois de amanhã: desse pensamento surgiu a proposta do trio de arquitetos Rodrigo Beze, Carlos Carvalho e Caio Carvalho. “Materializamos nossas ideias num espaço-cápsula imaginado sob medida para hoje ou para daqui a 40 anos”, explicam. A contraposição de materiais rústicos diante de outros modernos aparece com ênfase na bancada da cozinha, que combina inox e pedra bruta de maneira nada convencional. Uma abertura no teto traz mais luz natural para o loft de 193 m² repleto de mobiliário da linha de design dos irmãos Carvalho. (MCA Estúdio)
07/75 - <b>NJ+ | Nildo José - Casa LG</b>. Caules de bambu partidos ao meio serviram de mote para a aparência do volume sinuoso de MDF usinado que perpassa os 340 m² da Casa LG. Os indígenas guaranis emprestaram seus saberes, que giram em torno dos termos Ñe’é (alma) e Mbya (o princípio da pessoa), para que o arquiteto interpretasse o tema De Presente, o Agora. “Criamos uma casa em homenagem à alma, onde é possível respirar calma, positividade, delicadeza e minimalismo”, afirma. Junto da paleta leve entre neutros e rosados, o verde exuberante ganha peso, assim como as obras de arte feitas por representantes de povos originários. A curadoria é de Mirtes Marins de Oliveira. (MCA Estúdio)
08/75 - <b>Bia Abreu - Jardim o Tom do Amanhã</b>. Qual tom você gostaria para o seu futuro? Em tempos de automação generalizada de processos, refletir sobre as relações humanas é o que interessa à paisagista. Por essa razão, ela projetou um lugar marcado pelo fazer manual. “Meus jardins refletem o trabalho das pessoas e o poder da transformação”, aponta. Espécies do Cerrado e outras vegetações tropicais – como acácia-pompom, jasmim-manga, lavandas e capins – contribuem com o efeito estético e olfativo. O espelho escultural de Thomas Graeff amplia a percepção do entorno de 50 m², com bancos posicionados a fim de permitir a contemplação demorada. (MCA Estúdio)
09/75 - <b>Thiago Borges Arquitetura da Paisagem - Jardim dos Quatro Elementos</b>. O vasto jardim de 250 m² equilibra a presença de água, fogo, terra e ar. Três espelhos d’água com cascatas proporcionam a sonoridade agradável das corredeiras, enquanto cinco lareiras trazem o calor e o aconchego das chamas para perto. A vegetação exuberante inclui um trecho com tamareiras e ganha a companhia da grande cobertura que protege a área de um canto a outro. A estrutura, montada artesanalmente com bambu – material dos mais leves e renováveis –, soma pontos para a sustentabilidade devido à construção limpa, bem como o projeto luminotécnico, todo especificado com leds. (Israel Gollino)
10/75 - <b>Gil Fialho Paisagismo - Jardim Funcional Peugeot</b>. Um jardim sob medida para a avifauna: nele há refúgio, frutos e néctar não só para as aves como também para os polinizadores, ampliando a biodiversidade de todo o entorno. “É possível criar um microecossistema onde borboletas, beija-flores e outros bichos se sintam bem em uma área urbana rodeada de prédios”, defende o paisagista. Para abrigar o carro elétrico da Peugeot, a garagem com teto retrátil também funciona como lugar de convivência. A densa massa vegetal ao longo dos 200 m² celebra as espécies tropicais, ao passo que o varal com plantas epífitas atesta: basta um fio esticado como guia para garantir a presença do verde. (Carolina Mossin)
11/75 - <b>Natan Gil Arquitetura - Casa do Silêncio Peugeot</b>. Numa era que produz um volume e um fluxo tão grandes de informações, aos quais todos estamos expostos, ofertar silêncio é algo valioso. Ao combinar a paleta de tons neutros com o design minimalista do mobiliário – sofá, poltronas, cadeiras, cama e o espelho escultural foram desenvolvidos especialmente pelo próprio escritório para a mostra –, a intenção de promover uma experiência multissensorial fica mais nítida. O espaço de 142 m² conta ainda com uma instalação artística suspensa: assinada pelo arquiteto, a grande esfera de inox reflete o verde do jardim ao lado, abrigo do modelo elétrico da Peugeot. (Carolina Mossin)
12/75 - <b>Mônica Costa Paisagismo - Vista Xingu</b>. Ao homenagear o Rio Xingu, que nasce no Centro-Oeste e corta a Amazônia, a paisagista quer promover o diálogo sobre o uso consciente dos recursos naturais em seu jardim de 265 m². “Ele induz à desconexão do entorno urbano. Veio daí a vontade de ocupá-lo com plantas e madeira carbonizada, empregada nas divisórias e nas jardineiras”, revela. Na lateral, a disposição das ripas insinua um código de barras – alusão ao comércio legal. O deque de cumaru e o banco esculpido de um tronco caído exemplificam maneiras sustentáveis de usar a matéria-prima. (MCA Estúdio)
13/75 - <b>AD|VP Arquitetura - Estúdio Refúgio de Memórias</b>. “Trouxemos à tona a essência da nostalgia, não como evocação do que já foi, mas como celebração do presente, enriquecido pela bagagem das experiências vividas.” Assim a dupla Andressa Danielli e Vanessa Pasqual apresenta seu estúdio acessível de 88 m². As referências sutis ao tema desta edição da CASACOR começam no piso de formato orgânico, que remete à fluidez do tempo. No painel retroiluminado atrás do sofá, o revestimento com base de argila dá nova vida a resíduos de brita e rejeitos da indústria de placas refratárias. (Carolina Mossin)
14/75 - <strong>Instalação "Casulos e Marimbondos" - Fátima Campos.</strong> Fátima Campos é a própria expressão da natureza. Mulher, nordestina, arrojada, solta, livre... Assim como sua arte. Seu repertório de imagens é composto por pequenas peças cerâmicas que se encaixam e criam formas femininas, ao mesmo tempo sensuais e agressivas, partindo de figuras que se dissolvem em busca do abstrato e se transformam em elementos de aspectos nebulosos e estranhos. Fátima viveu toda sua vida em contato íntimo com a terra, com as plantas e com os bichos de Formosa, seu pedaço de chão, no Piauí. Sua percepção da beleza está sempre associada a esse lugar mítico. De maneira quase sagrada, suas esculturas de barro são devaneios que buscam recriar texturas, cheiros e sons da natureza que a rodeia desde menina. (MCA Estúdio)
15/75 - <strong>Instalação Ecos Armoriais - Pedro Ariel Santana e Rodrigo Ambrósio.</strong> Surgido no Recife nos anos 1970, o Movimento Armorial solidificou a imagem que hoje temos do Nordeste. Capitaneado pelo dramaturgo Ariano Suassuna, reuniu artistas e intelectuais de várias vertentes, como a música, as artes visuais, o teatro, a dança e a literatura. O que os unia era o desejo de fazer uma arte erudita fincada nas raízes brasileiras, tendo o folheto da literatura de cordel como eixo mestre. A exposição Ecos Armoriais agrega diversos artistas e designers em atividade que, 50 anos depois, mantêm viva a chama armorial ao unir elementos ancestrais da cultura nordestina com uma linguagem contemporânea, criando poéticas que dialogam entre si e formam um panorama atual do Nordeste – uma região é plural, viva e respeitosa com suas tradições. (MCA Estúdio)
16/75 - <b>Fragmento Arquitetura - Terra Vinum</b>. O foco do Bardega, bar de 230 m², recai sobre o vinho. Daí a associação entre sua arquitetura e a de adegas tradicionais por meio de paredes de pedra, teto de madeira certificada e estruturas de serralheria. Os arquitetos Andresa Frutuoso de Souza, Rudolf Andreas Riederer, Stephanie Lavos e Felipe Alves de Oliveira abordam a conexão com a natureza do ponto de vista enológico, sob o qual a bebida se torna uma informação cultural e social ao reunir as pessoas em momentos de convívio e celebração. No paisagismo, que conecta o interior ao exterior, o coletivo optou por plantas nativas e iluminação intimista. (Bia Nauiack)
17/75 - <b>Panapaná Estúdio - Banheiro Sincrético</b>. Ao evocar o sincretismo dos brasileiros como processo de intersecção cultural, a arquiteta Isadora Araújo glorifica duas figuras: Sant’Anna, mãe de Nossa Senhora no catolicismo, e Nanã Buruquê, a orixá das águas paradas. No banheiro unissex de 40 m², o mármore calacata remete ao manto da avó de Jesus, e o cobre, elemento da entidade africana, aparece em portas e metais. Pisos instalados por intertravamento e a paginação de revestimentos com o mínimo de cortes ajudam no posterior reaproveitamento das peças. Leds, torneiras automáticas e válvulas com descarga de duplo fluxo completam o leque de soluções sustentáveis. (MCA Estúdio)
18/75 - <b>Fernanda Marques Arquitetura - Terrae Brasilis Hunter Douglas</b>. Tirar uma pausa da correria diária para a contemplação parece um convite irrecusável da arquiteta para os frequentadores de seu bar-galeria de 160 m². O mobiliário escolhido – o sofá Landscape e as poltronas Maxx –, também desenhado pela profissional, se torna ainda mais acolhedor em meio à vegetação exuberante. Sob a abóbada de madeira, símbolo de união e transcendência, a diversidade e o talento de artistas como Angelo Venosa, Isabelle Borges, James Kudo e Sergio Lucena ficam em evidência. A curadoria de arte coube a Isabella Marques. (MCA Estúdio)
19/75 - <b>Renato Mendonça - Casa Átimo</b>. Reconhecer a história e ansiar pelo futuro, mas com foco no agora: eis a essência dos 110 m² com living integrado à cozinha, dormitório com home office e varanda. Trata- se de um império possível, daí a escolha pela pintura de grandes proporções da série Empire, de Tiago Mestre. O pé-direito, que alcança 5 m, com forro inclinado, ganha a companhia da madeira escura na marcenaria e de móveis contemporâneos. No closet, reina a escultura de Gustavo Rezende: o homem inclinado em direção à tela do celular, enquadrado no rasgo da parede da cabeceira, parece criticar nossa incapacidade de nos desligarmos. (MCA Estúdio)
20/75 - <b>Bruno Moraes - Acalanto e Encontros</b>. Na sala de estar de 59 m², concebida para os visitantes usufruírem como ilha de conforto, a decoração intercala móveis e objetos assinados por designers e artistas brasileiros de diferentes épocas, em um diálogo entre o antigo e o novo. Um dos destaques, o tapete de fibras recicladas celebra a ancestralidade, que nos conecta ao presente e ao futuro: a peça incorpora as ondulações sonoras de uma velha cantiga de ninar em tupi, transformadas em desenhos, linhas e cores por meio de recursos de inteligência artificial. (Carolina Mossin)
21/75 - <b>Johnny Viana Arquitetura - Colmeia com Mel</b>. O profissional enaltece o importante trabalho ecológico das abelhas no planeta em sua versão do restaurante Badebec, como inspiração para uma existência humana mais sustentável. No ambiente de 346 m², o design de diversos elementos alude ao universo das colmeias, caso do mobiliário assinado pelo escritório (bufê e estante), além da tapeçaria de Geraldo Caraca, urdida com resíduos da indústria têxtil, e das esculturas produzidas por Rapha Preto a partir de sobras de aço. (MCA Estúdio)
22/75 - <b>Juliana Cascaes - Galeria de Arte Martins&Montero</b>. No loft de 150 m² imaginado para um colecionador, a ambiência de galeria se estende a todos os elementos do living com home office, a começar do mobiliário assinado. Há peças clássicas e também itens surpreendentes, como um móvel-escultura de Jimmie Durham. Entre as obras de arte da galeria Martins&Montero (todas à venda), a arquiteta elegeu, para uma quina, uma pintura site-specific azul de Lydia Okumura. Confira também trabalhos de Juraci Dórea e Ana Mazzei. Certo ar nova-iorquino emana do piso de madeira de demolição. (Camila Santos)
23/75 - <b>Daniela Funari Arquitetura - Ambiente Solos</b>. A integração entre o litoral e o interior do Brasil pauta a chegada à CASACOR São Paulo: o tom de areia das praias colore o trecho mais claro e faz contraste com o bordô da terra, que escurece conforme se afasta do oceano. Ao longo dos 115 m², bilheteria, chapelaria e um lounge de contemplação exibem uma seleção de mobiliário nacional produzido com madeiras e pedras nobres. Repare nas telas de Annike Limborço e, especialmente, no tapete Coragem, de autoria de Rapha Preto, que reutiliza fibras de carpetes antigos e redes de pesca recolhidas do mar. (MCA Estúdio)
24/75 - <b>Aline Borges Arquitetura - O Sertão é Dentro da Gente</b>. Encontrar beleza no agreste que há em cada um é o chamamento implícito em Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, que a arquiteta Aline Borges toma para si no projeto do banheiro unissex com espaço família e local para amamentação. Com paredes revestidas de terra, jardim minimalista da paisagista Gabi Piccino e mural do artista Speto, cada detalhe dos 55 m² aguça os sentidos pela estética árida aliada a inserções contemporâneas que evocam a identidade brasileira. (Carolina Mossin)
25/75 - <b>Gustavo Scaramella - Hall do Apartamento</b>. O garimpo, as lembranças e o ecletismo do universo criativo do arquiteto embasam a área de 44 m², na qual a alternância de peças novas e antigas cria histórias em camadas. “O mundo e as pessoas são plurais, e os espaços também devem ser”, diz o autor. O resultado é um ambiente no qual passado, presente e horizonte futuro surgem entrelaçados, como no piso de madeira tauari bicolor com círculos de mármore nacional. Outro ponto de interesse, o teto pintado de verde-amarelado recebeu peças de MDF em relevo. (Bia Nauiack)
26/75 - <b>Gabi Pileggi e Luciana Bacheschi - Pátio Brasileiro</b>. Os pátios europeus trazidos ao Brasil pelos colonizadores recebem um novo olhar no jardim contemplativo de 50 m² planejado pela dupla de paisagistas. Reverenciando a biofilia e a vegetação nativa em sua estética natural, elas mostram que a beleza exuberante e a flora biodiversa podem, sim, figurar em áreas externas atuais, como elementos que relembram o nosso âmago e oferecem conforto térmico, acolhimento visual, paz e privacidade. Pisos e vasos artesanais compõem o cenário. (Camila Santos)
27/75 - <b>DB Arquitetos - Living por David Bastos</b>. Tons de cinza em contraste com cores primárias – como as da pintura muralista de Fefe Talavera, que retrata quatro orixás – permeiam o living de 173 m² do arquiteto David Bastos, que mescla o estilo minimalista clássico com a rica história urbana brasileira. Escolhas sustentáveis se deixam notar nos livros reaproveitados e na opção de poucas soluções construtivas, que destacam as instalações do prédio tombado do Conjunto Nacional. (MCA Estúdio)
28/75 - <b>Rosa May Sampaio Decoração de Interiores - Movimento, Espaço, Tempo</b>. Duas mesas quadradas próximas uma da outra permitem à sala de jantar planejada por Rosa May Sampaio funcionar confortavelmente como escritório em certos períodos do dia. Unidas, elas acomodam até 12 pessoas para refeições festivas, iluminadas pelos pendentes de vidro soprado dos designers tchecos Michaela Tomiskova e Jakub Jandourek. Assim, o ambiente misto de 50 m², forrado com tapete de fibra natural e delimitado por paredes de tijolos, comporta mais ocasiões em família. (Camila Santos)
29/75 - <b>Gabriel Rosa - Lavabo Terra Sagrada</b>. Em sua estreia na CASACOR, o arquiteto se inspirou na tradição e na espiritualidade dos himbas – habitantes do norte da Namíbia e último povo seminômade da África, eles são profundamente conectados com o território e suas referências culturais. Texturas, cores terrosas, cerâmicas artesanais, padrões geométricos e materiais naturais orquestram uma experiência sensorial e aproximam o lavabo de 27 m² dessa cultura que reverencia os antepassados, a gratidão e a natureza. (MCA Estúdio)
30/75 - <b>Rodolfo Consoli - Home Office</b>. Planejado para um jovem carioca que trabalha em São Paulo se sentir bem acolhido, o home office de 46 m² traz painéis no padrão carvalho em tom claro nas paredes, persianas de madeira e diversas plantas. “Tudo para deixar a ambiência mais leve”, diz o arquiteto, que desenhou as mesas de centro e lateral, de mármore. No mobiliário, sobressaem o sofá Maralunga (Vico Magistretti), estofado com veludo mostarda, a cadeira Commander (Jorge Zalszupin) e o baú Nelson Miniature Chest (George Nelson). (MCA Estúdio)
31/75 - <b>Paulo Azevedo - Cabana do Lago</b>. Construído para um casal de biólogos inaugurar a nova fase após a emancipação dos filhos, o refúgio de fim de semana transporta a estética tradicional folk (em um mix de padrões de xadrez, floral e listras) para o século 21. Divididos entre um hall com sala e um misto de ateliê e biblioteca, os 70 m² rememoram o passado com uma decoração autoral, que reúne piso de madeira, móveis de antiquário, tapetes orientais antigos e óleos sobre tela de Bruno Passos (um deles está acima da lareira). (Israel Gollino)
32/75 - <b>Weiss Arquitetura - Galeria Essere</b>. Com as memórias afetivas de antigas casas de fazenda no imaginário, os arquitetos Bárbara Carvalho e Tide Junqueira propõem um ambiente de passagem aos quartos como uma galeria íntima. O cômodo de 70 m² comporta lareira central e mesa de jogos. Papel de parede com aparência envelhecida compõe o cenário clássico, reforçado pelo pé-direito baixo e pelo forro tipo saia e blusa, tudo em equilíbrio com trabalhos dos artistas contemporâneos Gabriel Nehemy, Isabella Forzza, Maysa Pettes e Ana Isméria. (MCA Estúdio)
33/75 - <b>Romário Rodrigues - Páginas do Tempo</b>. A sala de leitura da família une estética e literatura como registros que transpõem o tempo. Os 38 m² contêm lareira e um bar flutuante iluminado, esculpido com o quartzito perla santana, extraído no Ceará. O maximalismo traduz a expansão trazida pela leitura. Peças de antiquário e design-arte – como a chaise Rio, de Oscar Niemeyer, e a escultura de Sérvulo Esmeraldo – pontuam raízes, memórias e referências. (MCA Estúdio)
34/75 - <b>Carla Felippi - Lounge Bar Happiness Alfa Realty</b>. A iluminação, com seu efeito em nosso humor, desempenha papel de peso ao longo dos 85 m² do lounge. Atrás do muxarabi, que também percorre o teto, um grande painel de tela tensionada replica o efeito da luz natural, enquanto outros muitos cenários luminosos (incluindo um trecho estroboscópico) provocam uma experiência sensorial que se alterna entre a calma e a excitação. Os espelhos dispostos nos pilares (por sua vez, revestidos de um MDF ripado capaz de acompanhar sua curvatura) servem, na visão da arquiteta, como chamamento para olhar para trás. (Bia Nauiack)
35/75 - <b>Studio Marca Arquitetura e Engenharia - Refúgio para Gabi</b>. Projeto da CASACOR São Paulo 2024. Um estudo de diferentes pedagogias aplicadas ao design e à arquitetura embasa a suíte infantil com varanda de Camila Vazquez e André Spadoni, em homenagem à filha do casal. “Priorizar o desenvolvimento da criança de maneira saudável e em contato com a natureza é deixar um bom legado para o futuro”, justifica a dupla. Para ser confortável, seguro e livre de telas, o quarto de 38 m² privilegia móveis soltos, brinquedos de madeira e materiais naturais, como vime, ratã e algodão. (Camila Santos)
36/75 - <b>Kesley Santiago - Quarto Njinga</b>. O quarto do bebê imprime em 25 m² a sofisticação, a sabedoria e a beleza do povo mbundu. Trata-se de um dos maiores grupos étnicos de Angola, representado pela figura da rainha Njinga, dos reinos Ndongo e Matamba, símbolo de resistência e liderança contra a colonização portuguesa. Imbuída de sua ascendência, a arquiteta desenhou todo o mobiliário, além de papel de parede, tapete e enxoval, resgatando elementos daquela cultura, como palha, madeira, ferro, sisal e a paisagem da savana africana. (Bia Nauiack)
37/75 - <b>Adriana Valle e Patricia Carvalho - Suíte do Casal</b>. A marcenaria é a estrela do projeto da dupla à frente do Migs Arquitetura: a estante minimalista conta a história do casal e o muxarabi de inspiração oriental compartimenta com leveza a suíte de 74 m², dotada de estar e closet. No mobiliário, convivem designers brasileiros e peças de antiquário e de autoria própria. Feminilidade, ancestralidade e sustentabilidade permeiam as obras de arte e a coleção autoral de tecidos em preto e branco, bordados à mão, que enfeitam diversos itens. (MCA Estúdio)
38/75 - <b>Mandril Arquitetura - Cozinha Torno</b>. Os sócios Bruno Reis e Helena Kallas propõem uma cozinha e sala de almoço para encontros em família. Com 55 m², o projeto se vale da experiência da dupla de criar, especialmente para a mostra, a coleção de vasos e bases de luminárias exposta no ambiente. Modeladas em torno, instrumento milenar que convida à atenção plena durante a atividade manual, as peças prestam homenagem à matéria-prima e sua história. Os arquitetos também desenharam os azulejos artesanais que compõem o tampo da mesa e empregam um pigmento azul 100% natural. (Israel Gollino)
39/75 - <b>Letícia Nannetti - EnCantos</b>. Retomar o que nos constitui para manter o movimento da vida e seguir sempre em frente é o recado da lavanderia de 35 m², que exibe detalhes encantadores e acolhe com conforto e tecnologia quem se dedica aos cuidados com a rotina da casa. “Nosso espaço resgata e valoriza a cultura de Minas Gerais como um tesouro a ser exaltado e protegido”, diz a arquiteta. Em sua concepção, ela reúne materiais naturais, arte, história e peças artesanais de saberes e ofícios antigos como tear, bordado e cerâmica. (Bia Nauiack)
40/75 - <b>Pedro Alves, Ana Brandão e Amanda Zillig - Espaço Zenith</b>. Distribuído entre spa, academia e banheiros, o espaço wellness, de 95 m², interpreta a mais elevada experiência de bem-estar e autocuidado: aquela que valoriza a mente sã em equilíbrio com o corpo e o espírito. Nos acabamentos, pedras naturais, espelhos d’água, vegetação e brises de macramê artesanal compõem um conjunto que reflete aconchego e luxo. “A estética agradável proporciona uma vivência sensorial profunda”, diz Pedro. (Carolina Mossin)
41/75 - <b>Paola Ribeiro - Casa Coral Lugar de Afeto</b>. Em cada cena da casa de 244 m2, o tema De Presente, o Agora emerge a partir da afetividade. Objetos antigos, que sugerem ser herança de família (pratos, bules, luminárias retrô, um dossel), e uma grande variedade de tecidos com releituras de estampas clássicas aportam memórias, raízes, referências de infância e sensação de acolhimento. Salas de estar, jantar e TV (com escritório), quarto, banheiro, cozinha e sala de almoço ostentam a geometria das listras no teto, nos tecidos, tapetes, luminárias e móveis. (MCA Estúdio)
42/75 - <b>Renata Guastelli Paisagismo - Conexão Natural</b>. Localizado em um ponto estratégico que faz a ligação entre seis ambientes da mostra, o jardim de 100 m² é cenário tranquilo, com piso drenante, fontes de água e rico em plantas tropicais (como miniguaimbê, guaimbê-do-brejo híbrido e cipó-imbé) dispostas em canteiros organizados em caixas metálicas. Tudo para uma experiência relaxante, completada pelo rico mobiliário de alumínio, corda náutica e pedra natural. “O essencialismo é premissa no projeto, criado para estimular a conexão dos visitantes com a na tureza e encorajar a introspecção”, diz a paisagista. (MCA Estúdio)
43/75 - <b>Carol Miluzzi Arquitetura - Casa Legado</b>. Na sala e cozinha idealizadas pela arquiteta Carol Miluzzi e seu sócio, o engenheiro Willian Vasconcelos, o fogo da lareira, acomodado na peça desenhada por Gustavo Neves, é central. Ao redor, a pintura digitalizada do artista Dominique Jardy estampa as paredes. A criteriosa seleção de itens herdados e reaproveitados constitui a maior parte do mobiliário, que transita entre o brasileiro dos anos 1950, o francês do século 19, mobília de família e peças de design contemporâneo. Assim, o espaço de 56 m² ressalta a lembrança dos antepassados e o desejo de um futuro que retire da natureza apenas o necessário. (Camila Santos)
44/75 - <b>Ana Weege - Estúdio Âmago</b>. No living com copa, de 67 m², a proposta é transcender o tempo e mergulhar no cerne do presente. A partir da escolha de materiais sustentáveis produzidos por artesãs no interior paulista, que ressaltam o zelo com a natureza, o ambiente intimista incita os observadores a refletir sobre a herança que deixaremos para as próximas gerações. No décor, com mobiliário autoral e de época, destacam-se o biombo de palha de taboa e as paredes revestidas de fibra de coco. (MCA Estúdio)
45/75 - <b>Gabriela Prado - Refúgio Ancestral</b>. A intervenção no teto, que lembra um vitral, ganha modernidade quando a fita de led que transpassa sua estrutura se acende e ilumina o ambiente de 152 m². Ali, o Bar Caracol opera sobre um piso misto de cerâmica e porcelanato, com desenho orgânico em tons de cinza e de azul. Duas paredes ripadas curvas dão movimento ao espaço, marcado por móveis de linhas retas. Exceção feita ao sofá oval da entrada, que leva a assinatura do designer egípcio Karim Rashid e é um lançamento realizado com exclusividade na CASACOR São Paulo. (MCA Estúdio)
46/75 - <b>Viganó Arquitetura - Estúdio Laços da Arte</b>. Representando a arte transmitida de geração a geração, muitas obras de artistas consagrados se espalham pelos 55 m² do estúdio concebido por Luciana Viganó. Composto por sala, quarto, cozinha, banheiro e jardim, o espaço espelha a individualidade do morador na escolha dos móveis e objetos. A facilidade da vida contemporânea se apresenta na automação de sistemas e no uso de superfícies como aço e vidro, em contraste com a massa texturizada da bancada – tradição nas residências de descendentes de italianos em Caxias do Sul, RS, cidade natal da arquiteta. (Carolina Mossin)
47/75 - <b>Barbara Dundes - Casa Tao</b>. Compreender o universo, a natureza e a constância de seus ciclos é o propósito desta casa de 60 m², guiada por um termo da filosofia chinesa: tao, que em mandarim pode significar caminho ou método. O conceito abrange a jornada que torna cada coisa o que ela é – incluindo a história de sua matéria-prima e a da mão de obra utilizada em sua construção. “A respiração de cada pessoa envolvida nesses processos também contribui para a singularidade de um ambiente”, explica a arquiteta. Uma árvore traz a sensação de frescor e alívio. Já as paredes de inox desenham reflexos sóbrios e destacam as cores do entorno. (MCA Estudio)
48/75 - <b>Monik Arquitetura e Interiores - Raízes</b>. O desenho pintado à mão sobre os azulejos logo na entrada e o painel amadeirado em formato orgânico nas cabines são os pontos focais do banheiro funcional de 36 m² assinado por Monik Santos. Princípios da biofilia justificam os traços que remetem a formas da natureza, adotados para resgatar nossa origem e criar um cenário de contemplação. A arquiteta almeja instigar uma reflexão sobre a atual sociedade multicultural: nela, ter raízes é o que nos torna seres individuais e, ao mesmo tempo, plurais. (Carolina Mossin)
49/75 - <b>Flavia Burin e Bruna Moretti - Café Isabela Akkari</b>. Que ancestrais queremos ser? Com esse questionamento em mente, as arquitetas do Studio HA elaboraram uma proposta que valoriza o belo e oferece um sentimento de esperança por meio de tons de rosa acolhedores, formatos fluidos, forro de tecido e cenários que estimulam a proximidade com o outro. “Gostaríamos de ser lembradas como pessoas que geraram olhares maravilhados, que propagaram verdade e beleza, que aqueceram corações”, sintetiza a dupla. Comandado pela chef Isabela Akkari, o café de 215 m² possui cinco setores: cozinha, sala privada, salão com mesas, área de serviços e atendimento. (Bia Nauiack)
50/75 - <b>Melina Romano - Caminhos Portinari</b>. Quatro novos talentos das artes visuais e do design brasileiro inspiraram esta casa de 200 m²: um tríptico de Anthony Mazza é o destaque da sala, uma instalação sensorial assinada por Aline Matsumoto ocupa o centro do jardim de inverno, os utilitários feitos à mão em formato orgânico por Isadora Mourão preenchem a cozinha, e esculturas de Lucas Simões decoram o quarto. A ideia é proporcionar, dentro da mostra, mais um circuito cultural para o visitante, em consonância com o histórico artístico da Portinari, marca que apoia o espaço. (MCA Estúdio)
51/75 - <b>Elaine Kalil Paisagismo - Simplicidade Atenta</b>. Clúsia, palmeira rabo-de-raposa, costela-de-adão, barriga-de-sapo e musgos estão entre as plantas selecionadas para o jardim tropical, que serve de entrada e contorno à tiny house vizinha, em uma composição que acena com a alegria e a simplicidade da natureza. Repleta de tons verdes vibrantes, aromas sedutores e texturas exóticas, a área de 36 m² expõe rochas cenográficas da artista Marina Gallo, que originam uma paisagem única. (MCA Estúdio)
52/75 - <b>Sabugosa Arquitetura - Steel House.</b> “Assim como uma editora de livros traduz nossas experiências para vários idiomas, esta casa amplifica diversas vozes, sejam indígenas, científicas ou poéticas”, explica o arquiteto. A morada de 89 m² com área de banho externa foi erguida com steel frame. A estrutura leve de aço galvanizado agiliza a montagem, viabiliza uma construção seca e reduz o consumo de água e a geração de resíduos, além de permitir a remontagem da residência em outro lugar. Entre os destaques estão o óculo (janela redonda) do living e a luminária de papel do artista Thomaz Velho no quarto. (MCA Estúdio)
53/75 - <b>Instalação Ocupação Terreiro - Alexandre Salles. </b>Uma estrutura circular, coberta de bandeirolas reminiscentes de terreiros de umbanda e candomblé, convida os visitantes a se demorarem e participarem de conversas, ativações com artistas e momentos de conexão, como pisar no chão de terra batida, jogar capoeira e fazer batucada – afinal, outra grande referência é o quintal de Tia Ciata, personagem influente para o surgimento do samba carioca. Entre as obras, aparecem desde objetos de candomblé a peças contemporâneas assinadas por artistas como Moisés Patrício, André Ricardo, Diambe e Soberana Ziza, que desenvolveu, especialmente para a ocasião, o trabalho Matriarca, reforçando a importância das mulheres e da energia feminina para um futuro ancestral. (Bia Nauiack)
54/75 - <b>Letícia Granero Interiores - Um Dia de Cada Vez</b>. Em uma realidade na qual muitas pessoas enfrentam níveis elevados de estresse e de ansiedade, preocupadas com o que está por vir ou presas a problemas pregressos, a designer de interiores propõe uma ilha de conforto de 148 m² para desfrutar o instante com tranquilidade. As pedras em diferentes tons representam a complexidade de nossas emoções diárias, enquanto a paleta de cores evoca o aconchego. A ampla presença da madeira estabelece uma ligação com a natureza, reforçada pelo quadro que retrata o oceano e pelo lustre inspirado nas ondas do mar. (Daniela Magario)
55/75 - <b>SALA2 Arquitetura - Casa Urucum</b>. Urucum, vermelho em tupi-guarani, também designa uma planta nativa da região amazônica utilizada como corante. O termo influenciou a arquiteta Vanessa Martins Miranda e seu sócio, Eduardo Miranda, no desenho desta casa de 71 m², que busca na arquitetura vernacular uma maneira de honrar a herança indígena do Brasil. A abóbada remete a uma oca, a padronagem trançada do forro de madeira evoca técnicas artesanais e o granito avermelhado ressalta a riqueza dos recursos naturais. Já o volume de inox representa uma visão futurista, de inovação e progresso. (Bia Nauiack)
56/75 - <b>Red Square Arquitetura - Ilhas de Reflexão</b>. Circulação fluida e iluminação bem pensada são dois chamarizes do banheiro funcional de 48 m², obra das arquitetas Débora Pinheiro e Renata Nascimento. A cabine central disposta como ilha, realçada por meio de fontes de luz direcionadas do alto, carrega o conceito de introspecção e guarda uma inteligência projetual ao abrigar discretamente o ponto do hidrante, que não pôde ser deslocado. A biofilia também marca presença com o bom uso das chapas de pedra que dão forma à bancada, além das plantas que a povoam. (Bia Nauiack)
57/75 - <b>Altera Arquitetura - Ecos do Passado</b>. Como se traçasse uma linha do tempo desde a pré-história, o arquiteto Renan Altera acrescenta a este loft de 71 m² exemplos do legado arquitetônico da humanidade no morar contemporâneo. Texturas que remetem às cavernas, arcos da Roma antiga, vitrais da Idade Média e até a simetria neoclássica na cozinha dialogam com homenagens e reinvenções de elementos de diferentes eras e tradições. Uma claraboia introduz luz natural de maneira suave e difusa e o jardim cumpre a intenção de aportar saúde e bem-estar. O futuro é retratado na abordagem sustentável dos fornecedores. (Camila Santos)
58/75 - <b>Laura Rocha - Living Piano Casa Cosentino</b>. Em meio à agitação da vida urbana, os 156 m² com lounge, cozinha, bar e jardim de inverno estimulam a relaxar e apreciar uma pausa. Em ocasiões especiais durante a mostra, a trilha sonora virá da música tocada ao piano da centenária marca americana Steinway. Ao seu redor, vários modelos dos revestimentos Dekton e Silestone, da Cosentino, aparecem nos pisos, nas paredes e em peças de mobiliário. Lançamento no Brasil, o padrão Khalo reveste as bancadas e a ilha. Um painel de linho, no qual uma paisagem foi pintada à mão, complementa o paisagismo assinado por Alex Hanazaki. (Camila Santos)
59/75 - <strong>Instalação "Memento Habilis" - Henrique Oliveira.</strong> Memento Habilis (2023) nos remete a um fóssil monumental, cujas formas evocam plantas e animais de épocas passadas. A obra provoca no observador uma sensação de familiaridade e estranheza diante de uma entidade enigmática, cuja existência transcende o tempo. O título sugere uma conexão com o Homo habilis – um dos primeiros ancestrais humanos a dominar ferramentas de pedra, que viveu aproximadamente entre 2,4 milhões e 1,4 milhão de anos atrás – e reflete sobre a capacidade humana e a força intrínseca da natureza. (MCA Estúdio)
60/75 - <b>Fernanda Rubatino - Home Cine Noir</b>. Peças duradouras e atemporais que atravessam gerações concretizam o tema De Presente, o Agora neste home cinema de 80 m². Aqui, a grande estrela é a tela de 163”, que, junto das bancadas de inox, invoca um futuro high-tech. Poltronas estofadas com couro berinjela e mesas de centro de quartzito levigado sobressaem no mobiliário. Desenhada pela arquiteta, a tapeçaria de 5 m em formato orgânico emprega ráfia e folhas de bananeira. Fibras naturais também aparecem nas estruturas circulares pendentes entre os equipamentos de ar condicionado. (MCA Estúdio)
61/75 - <b>Gabriel Fernandes - Casa Veredas Simonetto</b>. Despertar reminiscências do imaginário rural é o intuito desta casa de 120 m², que homenageia a vida caipira. O hall de entrada se conecta ao ato de costurar por meio da obra-instalação A Costura do Erro, de Adrianna Eu; o fogão é a lenha; e um oratório na saída lembra a importância de agradecer. Desafio técnico do projeto, a estante que viaja até o forro abriga blocos modelados por mulheres atendidas pelo Instituto Maria do Barro, de Brasília. Cada tijolo contido nos nichos representa a maneira como sua autora enxerga a casa. Atrás do sofá, mais uma joia: o painel montado com um antigo piso cerâmico de Francisco Brennand. (MCA Estúdio)
62/75 - <b>Adriana Farias - Hutukara</b>. Na cultura ianomâmi, hutukara quer dizer mãe natureza e mãe terra, aquela que alimenta, acolhe e cura. A tradução desse conceito em um ambiente funcional resulta em um banheiro de 37 m² cujo intuito é criar a sensação de estar dentro da floresta. O teto curvo em tons de marrom, verde e azul simboliza a copa das árvores, as paredes no padrão da madeira jatobá remetem aos troncos, e o quartzito da pia reproduz as cores da vitória-régia, espécie que nasce e floresce nas águas do Rio Negro, no Amazonas. Ladrilhos hidráulicos com grafismos indígenas formam um grande painel que expressa pensamentos, experiências e vivências. (Israel Gollino)
63/75 - <b>Dani Guardini e Adriano Stancati - Ristorantino Caffè</b>. Impossível entrar no salão do Ristorantino e não olhar para cima: projetado com técnicas paramétricas e inteligência artificial, o imponente forro de MDF que sobrevoa os 339 m² como uma nuvem gigantesca é o que primeiro captura a atenção – provavelmente seguido das bancadas e tampos de quartzito blue deep. O clima futurista com toques de maximalismo idealizado pelo escritório Guardini Stancati é regado a abundante luz natural e princípios biofílicos. (Israel Gollino)
64/75 - <b>LP+A - Conexão by Minimal Design</b>. Cinco arquitetas respondem por este coworking de 143 m²: Isabella Leonetti, Mariana Paquier, Alessandra Ruiz, Pierina Piemonte e Carolina Correia. Logo, a escolha pelo poder do feminino como mote para a linguagem mostrou-se como caminho natural. “Assim como o útero abriga e nutre a vida, nosso espaço é um santuário do afeto, um ventre acolhedor que celebra a energia da mulher e a força da criação”, explicam. Para orquestrar esse senso de pertencimento, o escritório empregou formas curvas e orgânicas, cores quentes e neutras e um mural com arte urbana. O mobiliário é da Minimal Design. (MCA Estúdio)
65/75 - <b>Zanardo Paisagismo - Praça Tekohá</b>. Em guarani, tekohá significa o lugar onde somos o que somos: terra, floresta, campos, cursos d’água e plantas, enfim, o território onde o modo de vida indígena se desenvolve. Dessa noção emerge a praça de 129 m², que conta também com hall de entrada e um grande living. A ponte com a natureza se dá por meio do mobiliário feito de árvores caídas, do lustre confeccionado de um galho, do muxarabi de madeira e, claro, do painel fotográfico O Tronco, de Marcelo Menezes. Há também exemplares de bancos esculpidos por Kulikyrda Mehinaku, que representam os animais nativos do Território Indígena do Xingu. (Bia Nauiack)
66/75 - <b>Renata Patelli Arquitetura - Espaço Brennand</b>. Diversas religiões e crenças sugerem que o ser humano nasceu do barro, e o sopro divino no punhado de terra úmida produziu também arte, cultura e amor. Com a terra molhada, carregada dessa simbologia, se faz a argila: ingrediente básico da cerâmica. O material marca toda a vida e carreira de Francisco Brennand (1927-2019), fundador da oficina batizada com seu sobrenome, que comparece à mostra com a loja de 48 m². No centro do ambiente proposto por Renata Patelli e seus sócios, Victor Linhares e Ivan Farha, o forno representa o processo de queima das peças e remete ao calor do ninho. Afinal, o ovo é um elemento recorrente na obra do artista pernambucano. (MCA Estudio)
67/75 - <b>Navarro Arquitetura - Reflexos Banco BRB</b>. Materiais refletivos meticulosamente posicionados nos 130 m² do lounge nos induzem a pensar na fugacidade das coisas. “Focamos nossa curadoria na valorização do tempo e das memórias afetivas”, fala o arquiteto, que desenhou todo o mobiliário. Em um bom exemplo de reaproveitamento, a poltrona com estofamento azul ganhou encosto encontrado entre os descartes da fábrica que produziu o sofá. (MCA Estúdio)
68/75 - <b>Eduardo Baldelomar - Ceiba Camba</b>. A diversidade cultural e natural da Bolívia irrompe na ótica de 54 m² montada para a Gustavo Eyewear, que toma uma árvore emblemática de sua flora como ponto de partida. A paleta veste as cores da Ceiba camba, espécie de paineira, e tinge de rosa e amarelo o mobiliário. O mosaico, executado em cerâmica pelo artista Andrés Fenix, conterrâneo do arquiteto, aparece em dois painéis. Ao fim do evento, eles serão doados para uma ONG que trabalha pela preservação da biodiversidade do país andino. (Israel Gollino)
69/75 - <b>Marina Salomão - Sertões do Saber</b>. Influenciada pelo clássico da literatura brasileira Os Sertões, de Euclides da Cunha, a livraria Unisaber, de 68 m², invoca a história do cangaço para refletir sobre a passagem do tempo. Assim, ganham protagonismo elementos das construções nordestinas, que espelham as condições climáticas regionais e utilizam matérias-primas como barro, fibras e madeiras. A palha reveste a parte inferior e as colunas das estantes, que expõem publicações dos mais diversos gêneros; a poltrona de couro caramelo alude à vestimenta sertaneja; e o sofá curvo off-white confere aconchego, além de contribuir para o cenário com uma dose de modernidade. (Bia Nauiack)
70/75 - <b>Blaia e Moura Arquitetos - A Resposta</b>. Unir o encanto do artesanal com a contemporaneidade é a proposta dos arquitetos Lucas Blaia e Bruno Moura para a loja da Feira na Rosenbaum. Respeitando a arquitetura modernista do Conjunto Nacional, o espaço de 55 m² se fundamenta em obras artísticas de crochê confeccionadas com linhas que seriam descartadas, além de uma instalação maior feita de palha. Já a paleta de cores em tons de terracota, sugestionada pelo bioma Amazônia, é complementada por madeira e pelo piso composto de sobras de cacos de mármore. (MCA Estúdio)
71/75 - <b>Eloy Fichberg e Felipe Fichberg - Casaviva</b>. O uso de materiais naturais na vida cotidiana remonta aos primórdios da civilização: terra, fibras, pedra e madeira funcionam como ferramentas e integram até hoje a arquitetura de nossas moradas. Pautando-se nessas técnicas e reiterando a interconexão entre pessoas e natureza, o Trees Arquitetura projetou esta casa, que funcionará, durante o evento, como o escritório da plataforma de entretenimento Aviva. Em 109 m², madeira de reflorestamento, vasos e lustres de barro, além de tapetes de sisal e de couro reciclado, compõem um ambiente aconchegante. Repare na grande tela do artista Siron Franco posicionada atrás do sofá. (Bia Nauiack)
72/75 - <b>Rafa Zampini Arquitetura - Bar Adorado</b>. Por trás de uma acolhedora recepção e de uma passarela envolvida por cortinas de veludo se esconde o bar secreto de 120 m², no melhor estilo speakeasy. Operado pelo Guilhotina, ele propõe uma pausa na agitação, um lugar para conversar baixo ao som de boa música em lounges privativos. O palco móvel para pequenas apresentações, as luzes que geram cenários diversos e o balcão esculpido em mármore ditam a atmosfera. Assinados pelo arquiteto, os móveis atemporais ganham a companhia de peças de couro, espelhos e das pinturas realistas do artista Lucio Carvalho. (Carlos Oliver)
73/75 - <b>Ester Carro - Casa do Wallece</b>. Pela primeira vez, a CASACOR São Paulo extrapola os limites da mostra e inclui um ambiente erguido em uma comunidade. Inédito em muitos sentidos, o projeto de pouco mais de 10 m² propõe a reforma de uma moradia no Jardim Colombo, na zona sul paulistana. Ali vive o entregador Wallece Gonzaga de Souza, que acalentava um sonho: dispor de um chuveiro e de alguma privacidade. Com a remodelação, mais uma parceria da CASACOR com o Instituto Fazendinhando, Wallece não só conquistou seu banheiro completo como uma residência montada sob medida. Um poderoso exemplo da arquitetura como ferramenta de transformação social. (André Del Casalle)
74/75 - <b>Marcelo Salum - Duratex em As Rosas Falam</b>. A investigação do profissional levou-o a mergulhar em estudos sobre a proporção áurea. “Meu processo criativo me direcionou às flores, e daí à exaltação do feminino”, explica. Tons de azul e rosa acompanham a madeira clara no padrão Bétula, lançamento da Duratex que preenche piso, teto e trechos de parede da casa de 260 m². O mobiliário traz itens de Jader Almeida, Mauricio Arruda, Suite Design e assinados pelo próprio arquiteto em parceria com Frederico Cruz. Obras de arte de Claudia Liz e Paulo von Poser dividem as atenções com fotografias de Denilson Machado e Salvador Cordaro, entre outros artistas. (MCA Estúdio)
75/75 - <b>Gisele Taranto Arquitetura - Memórias Deca</b>. O ambiente busca conectar a marca com o público por meio de fragmentos da sua história. Quatro momentos se sucedem ao longo dos 390 m², que expõem desde croquis originais, feitos à mão, até ensaios de projetos gerados por inteligência artificial, passando por equipamentos produzidos por impressoras 3D e instalações sensoriais. “Mais do que uma vitrine, trata-se de uma celebração de pessoas, paixões e pioneirismo”, revela a arquiteta. A sustentabilidade age como fio condutor e vai do piso, que usa resíduos de louças da fábrica, ao teto, com a iluminação de led, além do chamado para uma reflexão acerca do uso racional da água. (MCA Estúdio)