Em comemoração ao 60º aniversário da boneca Barbie, a fabricante de brinquedos Mattel e a revista de arquitetura Pin-Up lançaram um livro celebrando a Casa dos Sonhos da Barbie.
De casas de influenciadores contemporâneos até o bangalô de meados do século dos anos 1960, o livro é a primeira pesquisa arquitetônica da casa da boneca mais vendida do mundo, mostrando como os projetos do brinquedo refletiram os estilos e ideais domésticos da época.
A seguir, confira a linha do tempo de 6 Dreamhouses da Barbie, de 1962 a 2021.
1962 – Primeira casa da Barbie
1962 – Primeira casa da Barbie - Evelyn Pustka / CASACOR
A primeira Casa da Barbie foi lançada em 1962 – mais de uma década antes que as mulheres pudessem frequentar uma universidade ou abrir uma conta bancária sem ser co-assinada por uma presença masculina nos EUA.
No entanto, a casa de papelão dobrável foi projetada para ser a "
despedida de solteira da Barbie", com apetrechos universitários, móveis de meados do século. e – o mais importante – projetado sem cozinha.
"
Realmente estava à frente de seu tempo", disse Mallett. "O mundo que construíram para ela era feminista, progressista, sobre independência".
1974 – Casa Boêmia da Barbie
1974 – Casa Boêmia da Barbie - Evelyn Pustka / CASACOR
Projetada por três andares e seis cômodos, a
Casa da Barbie de 1974 combina a arquitetura moderna de lajes e colunas que lembra a
Maison Dom-ino – um sistema construtivo desenvolvido pelo arquitecto franco-suíço
Le Corbusier – com itens mais caseiros, como vasos de plantas e luminárias Tiffany de vitrais, que são contornadas em seu fundo de papelão.
Esta decoração remete aos chamados "
bares de samambaia" da época, que incorporavam toques de design aconchegantes na esperança de
atrair uma nova geração de mulheres solteiras para estabelecimentos tradicionalmente masculinos.
Refletindo a ascensão dos
móveis de plástico, a cozinha é equipada com cadeiras amarelo-canário que fundem com a sensibilidade do monobloco
Panton Chair.1979 – Casa da Barbie A-frame
1979 – Casa da Barbie A-frame - Evelyn Pustka / CASACOR
Uma das primeiras a ser feita inteiramente de plástico, esta
Dreamhouse apresenta um telhado inclinado que homenageia a mania do
A-frame que varreu os EUA no final dos anos 60 e 70.
"O A-frame, naquele ponto, deixou de ser uma espécie de vernáculo americano, usado para pequenos retiros nas montanhas, para se tornar
uma expressão de um certo tipo de vida", disse
Felix Burrichter, co-editor do livro.
1990 – A Mansão Mágica da Barbie
1990 – A Mansão Mágica da Barbie - Evelyn Pustka / CASACOR
Os anos 90 viram a mudança da
Dreamhouse para
quase exclusivamente toda rosa, que se reflete nos interiores florais e pastel da época, cortesia de marcas como
Laura Ashley e
Ralph Lauren Home.
Mas a verdadeira razão para a "
pinkificação" da Barbie está relacionada ao marketing."A decisão de usar mais rosa, e enfatizá-lo, começou no final dos anos 70 porque havia muitos imitadores da Barbie. E em um esforço para realmente
distinguir a Barbie no mercado, eles decidiram marcar tudo em rosa", disse Burrichter.
A Mansão Mágica, movida a bateria, funcionava efetivamente como um "
kit de dona de casa burguesa", completo com todos os talheres e pratos, bem como um telefone tocando e uma lareira acesa.
2000 – O Castelo da Barbie
2000 – O Castelo da Barbie - Evelyn Pustka / CASACOR
Esta casa da virada do século é uma
mistura de elementos modernos e tradicionais, com uma torre, pórtico e uma cama de dossel com babados ao lado de uma pequena TV de tela plana.
"Acho que tem a ver com a
ansiedade daquele momento", conta a jornalista Whitney Mallett. "Com os anos 2000, havia medo de tecnologia e coisas novas, então as pessoas voltaram para o que parecia seguro."
"Com os desenvolvimentos suburbanos da McMansion
, dos anos 90 e início dos anos 2000, você tem essas coisas se tornando um
novo tipo de símbolo de status", completa.
2021 – Casa de Conteúdo da Barbie
2021 – Casa de Conteúdo da Barbie - Evelyn Pustka / CASACOR
A
Dreamhouse dos anos 2020 é modelada nas
casas de conteúdo de Los Angeles, onde os influenciadores se unem para criar conteúdo para a mídia social.
Imitando esses elegantes
condomínios de luxo, a casa é a primeira a reprisar o telhado plano, com outros toques como escorregador, piscina móvel e churrasqueira que vira
buffet de sobremesas.
"Ele tem a estética de um espaço
universalmente utilizável onde você pode hospedar muitos amigos ou produzir conteúdo", disse Burrichter. "Há uma ênfase real na diversão, e se você ver o que está sendo produzido na arquitetura agora, acho que há muitos paralelos."
A casa também é a primeira
Dreamhouse projetada para ser
acessível para cadeiras de rodas, refletindo o crescente foco em tornar o design e a arquitetura mais inclusivos e acessíveis.
Fonte: Dezeen