A rápida ascensão de
Yu Ji à fama no mundo da arte demonstra um
desejo de renovação pelos maiores curadores e galeristas do mundo. A artista radicada em Xangai está no momento em exibição na prestigiosa
Chisenhale Gallery de Londres com uma mostra individual que ficará marcada como sua primeira exposição fora da Ásia. Yu Ji nasceu em 1985 em Xangai, onde recebeu seu mestrado em escultura pelo Fine Art College da Shanghai University em 2011. Sua
explosão na cena da arte global, porém, só veio a acontecer anos mais tarde, após sua participação na
Bienal de Veneza em 2019. Esculturas de sua série "
Flesh in Stone" foram exibidas no pavilhão central da feira, e uma instalação específica tomou os eventos satélite com correntes de ferro suspensas e revestidas de resina, que aparentavam estar congeladas no tempo e no espaço. Depois disso, as principais galerias do mundo solicitaram visitas ao seu estúdio. Hoje, seu trabalho está percorrendo todo o mundo: além da mostra em Londres, Yu Ji também é tema de uma exposição individual simultânea no
Museu West Bund em Xangai, apresentada em colaboração com o Centre Pompidou, e já está confirmada para a próxima
Trienal do New Museum em Nova York.
Mas o que faz a arte de Yu Ji tão especial?
Além disso, em um momento em que o mercado de arte favorece a pintura brilhante e figurativa,
o trabalho de Yu Ji é o oposto. Ele não tem intenção de ser decorativo ou limpo: em vez disso, busca confrontar diretamente a tensão entre os mundos natural e urbano, entre mídias e matérias variadas, entre o físico e o etéreo.
Para a exposição em Chisenhale, intitulada "
Wasted Mud", Yu Ji transformou a galeria em uma espécie de
caverna paradoxal entre a cidade e a selva. Uma grande rede negra se estende por todo o espaço, cedendo sob o peso de pilhas de entulho recolhidas em canteiros de obras no leste de Londres. Uma mesa proveniente exibe uma escultura sem cabeça. Bombas eletrônicas dispersam água por meio de tubos enfiados em torno de monitores, com parte do líquido vazando para o chão. "O trabalho realmente se destacou", disse
Margot Norton, curadora da próxima Trienal do New Museum. "Eu acho que as ideias que ela está explorando ressoam e as técnicas que utiliza são originais. O trabalho em Veneza propunha algo novo que eu não tinha visto antes".
Jo-ey Tang, artista e ex-curadora do Palais de Tokyo em Paris esclarece: "
Testar limites é o que Yu Ji faz em sua prática artística: os limites do corpo, os limites da memória, os limites dos materiais e os limites do que constitui uma série de obras que se estendem por anos", ela reflete. “No final das contas, Yu Ji está se perguntando: como a arte funciona, como a arte vive em tempo real?". Fonte: Artnet