“Garagens podem ser espaços dos mais instigantes, celeiros criativos. Várias bandas de rock começaram em uma, por exemplo. A Apple também nasceu em meio a carros e ferramentas, em um fundo de quintal na Califórnia. A própria Renault, que propôs este desafio, deu seus primeiros passos em um ambiente desses, na França. Por que então não enxergarmos como um local bacana esse espaço geralmente subutilizado da casa?”, diz Caco, que montou para a
CASACOR um longe que une simplicidade e sofisticação, completamente integrado com a nova picape
Duster Oroch da Renault. Nele, os tons neutros prevalecem no sofá de lona e na mesa de centro, móveis que fazem parte da nova linha AWA da Florense. “Privilegiei peças bem confortáveis. Esse não é local para ter frescura”, assume.
Para trazer um pouco da história do automóvel para o ambiente, valorizando o constante investimento em design da montadora francesa, Caco garimpou gravuras assinadas pelo artista húngaro Victor Vazarely, o pai da Op-Art que, em 1972, refez a logomarca da Renault. “A indústria automobilística tem tecnologia de ponta e aposta em produtos com um visual arrojado. Com o veículo à mostra, ao lado da sala, o ambiente ganha um ar mais industrial e inspirador”, revela o arquiteto, que pensou sua garagem focada em uma família aventureira, com pai e filho surfistas e colecionadores de pranchas. “Coloquei também um rack na Duster Oroch, para eles levarem as bicicletas para trilhas”, acrescenta. O pé direito alto, como um galpão industrial, é a marca registrada do espaço, inspirado na estação de trem de St.Pancras / Kings Cross, em Londres. “Não usei alvenaria. Preferi montar paredes de vidro que deixam a vegetação e o muro de pedras à vista, privilegiando a transparência para enxergar o entorno”, reflete. A iluminação, feita também com faróis de automóveis como spots – parte da coleção desenhada pelo arquiteto Maurício Arruda, embaixador do projeto
Garagem de Estar, e desenvolvida com a light designer Fernanda Vasconcellos – dá um toque divertido e inusitado ao local. “O clima é irreverente, bem carioca”, arremata Caco.