Um
livro de receitas, que tem o objetivo de
ressignificar a forma como as pessoas encaram o lixo doméstico, mostra como é possível dar nova forma aos descartáveis de um jeito super bonito e com design atrativo. À frente do projeto está o
Movimento Lixo Invisível, um coletivo que surgiu durante a pandemia por meio de uma conversa online entre professores do
IED (Istituto Europeo di Design). Juntos, eles idealizaram o
Cook Book - Receitas para transformar o que tem em sua lixeira. De acordo com o professor, designer e ativista ambiental do IED, Christian Ullmann, o objetivo do livro é chamar a atenção das pessoas em relação ao volume de lixo descartado diariamente. "Cada participante do movimento [Lixo Invisível] desenvolveu um projeto, 'uma receita', e o livro apresenta o passo a passo para a transformação - ressignificação - de descarte em um produto de maior valor", afirma Ullmann.
O projeto veio em boa hora. O
consumo de plástico explodiu no ano passado em razão do aumento do delivery e das compras on-line. Ao mesmo tempo, o
Brasil recicla apenas 2% do plástico descartado, segundo estudo realizado pela organização alemã Fundação Heinrich Böll. Esse material acaba sendo prejudicial ao meio ambiente, pois emite gases do efeito estufa e contribui para o aquecimento global. A boa notícia, de acordo com Ullmann, é que as pessoas estão também se interessando mais por
design sustentável.
O livro, portanto, tem diferentes "receitas" de como reaproveitar aquilo que seria descartado de um jeito bastante sofisticado e que pode ser ressignificado no
design de interiores. "No nosso imaginário o lixo é repulsivo, mas você já parou pra pensar sobre a riqueza que há nele? Há muito recurso natural, tempo e energia gasta para produzir tudo o que descartamos. Como designers entendemos que o descarte do dia a dia é um erro de projeto", comenta Ullmann. O
Movimento Lixo Invisível é composto por uma comunidade heterogênea, com mais de 600 pessoas, de diferentes áreas de conhecimento: designers, artistas, empresários, professores, estudantes, inovadores, makers e pessoas em geral curiosos e preocupados para
identificar e desenvolver novas alternativas para os materiais descartados.