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Eduardo Baldelomar comenta sua dupla participação na CASACOR 2024

Pelo segundo ano consecutivo, arquiteto e designer Eduardo Baldelomar faz "dobradinha" na CASACOR e assina ambientes nas mostras de São Paulo e Bolívia

Por Maria Fernanda Barros
15 jul 2024, 08h00
Arquiteto e designer de interiores Eduardo Baldelomar
Arquiteto e designer de interiores Eduardo Baldelomar (Divulgação/CASACOR)

Já faz onze anos que o arquiteto e designer de interiores boliviano Eduardo Baldelomar participa de todas as edições da CASACOR Bolívia, e desde o ano passado, o profissional integra também o elenco da CASACOR São Paulo. Eduardo é o único até o momento a desenvolver projetos para duas mostras diferentes em um mesmo ano: “É um desafio fazer dois espaços em simultâneo, durante dois anos consecutivos”, relata.

Independente do lugar em que esteja, o arquiteto busca comunicar as suas origens, destacando a arquitetura boliviana. Para projetar o Legado Loft na CASACOR Bolívia 2024, Eduardo se inspirou nas casas que evocam a infância e o aconchego de lar, características de Santa Cruz de la Sierra, cidade natal do arquiteto e sede da mostra.

Eduardo Baldelomar - Legado Loft. Projeto da CASACOR Bolívia 2024.
Eduardo Baldelomar – Legado Loft. Projeto da CASACOR Bolívia 2024. (Alvaro Mier/CASACOR)

Já na CASACOR São Paulo 2024, a árvore boliviana Ceiba Camba, presente no brasão de Santa Cruz de La Sierra, na nota de 20 bolivianos e em várias obras de arte do país, deu nome e conceito ao ambiente que Eduardo projetou para a ótica Gustavo Eyewear.

Eduardo Baldelomar - Ceiba Camba. Projeto da CASACOR São Paulo 2024.
Eduardo Baldelomar – Ceiba Camba. Projeto da CASACOR São Paulo 2024. (Israel Gollino/CASACOR)

Em entrevista à CASACOR, o arquiteto contou como é fazer uma “dobradinha” na CASACOR, detalhando a experiência e aprofundando a singularidade de cada projeto. Confira a seguir!

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O que define a sua personalidade nos dois ambientes que criou para a CASACOR 2024? Há muitas semelhanças entre eles?

Ambos são projetos contemporâneos e conceituais e estão unidos pelo calor no uso de cores, texturas e materiais, a iluminação suave torna ambos os espaços acolhedores. A funcionalidade dos dois e o uso de ângulos retos no design também os tornam semelhantes. Por fim, o uso das linhas de design dos móveis é o mesmo com cortes suaves, nas cores cinza e off-white.

Qual é a maior diferença entre os dois espaços?

A maior diferença entre os dois é o conceito. O de São Paulo é inspirado na biodiversidade das terras baixas da Bolívia, referindo-se a uma árvore icônica do meu país: a Ceiba Camba. Já em Santa Cruz de la Sierra, minha proposta é um ambiente repleto de artesanato, arte e referências da arquitetura santacruzense, que busca integrar peças antigas com modernidade e tecnologia que torne a vida mais prática.

O que caracteriza “São Paulo” e “Bolívia” em cada um dos projetos?

Ambos são espaços inspirados na Bolívia, fundidos com linhas de design contemporâneo e complementados por mobiliário brasileiro. O espaço paulistano tem uma forte mensagem de sustentabilidade e da necessidade de preservar nossa biodiversidade natural. Do lado boliviano, a mensagem é criar um espaço onde as memórias do passado coexistam com a implementação de novas tecnologias que nos ajudem a melhorar o nosso estilo de vida.

Qual dos dois projetos você mais gostou de criar?

Os dois. É um desafio fazer dois espaços em simultâneo, durante dois anos consecutivos, exige que sigamos a um plano e um calendário rigoroso para que tudo corra bem. Estar em São Paulo e ser o único estrangeiro na exposição acarreta a responsabilidade de trazer identidade aos meus projetos e mostrar como podemos fundi-la com linhas de design contemporâneo. Gosto de ouvir os comentários de quem para e aprecia o charme do ambiente. Trazer a obra de arte da Bolívia foi mais uma viagem que nos deixou muitas experiências e a satisfação de tê-la pronta para o dia da foto e que hoje brilha com todo seu esplendor no espaço.

O que você mais gostou em cada uma de suas aparições em CASACOR?

Já se passaram onze anos na Bolívia e dois em São Paulo. Todos eles têm algo que te prende e fica no coração. Neste ano, em São Paulo, fiquei satisfeito com o impacto da arte e da mensagem que levei com a proposta da Ceiba Camba. Na Bolívia, gosto das emoções provocadas nos visitantes, que relembram a casa de sua infância e o calor do lar, transmitidas em uma proposta totalmente contemporânea.

Quais diferenças você notou entre a CASACOR Bolívia e a CASACOR São Paulo?

A CASACOR é uma franquia, que segue à risca os manuais de implementação. Além disso, ambos eventos são regidos pelo manifesto CASACOR, que nos faz refletir sobre o mesmo tema e repensar os espaços em resposta à reflexão: “De presente, o agora”. A diferença é que cada profissional procura comunicar as suas origens, sua essência, as informações sobre seus antepassados ​​e, assim, mostrar a riqueza da diversidade cultural que encontramos dentro de um mesmo país.

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Como você descreveria sua primeira participação na CASACOR?

Ano passado foi a minha primeira vez em São Paulo. Foi uma honra, um desafio e uma responsabilidade. Levei muito a sério e vim morar em São Paulo para fazer tudo sob meu olhar atento. Após minha primeira participação, abri meu estúdio em São Paulo e, neste ano, durante minha segunda participação, continuo trabalhando para que cada vez mais pessoas conheçam meu trabalho e descubram meu processo criativo para criar espaços únicos.

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