Nada mais íntimo do que conhecer a casa de alguém. Principalmente quando se trata de artistas, arquitetos e figuras públicas que já faleceram, mas deixaram marcas de sua trajetória na residência onde viveram.
Esse é o caso de Lina Bo Bardi, Ema Klabin, Lasar Segall, Oscar Americano e Gregori Warchavchik, personalidades que tiveram a história imortalizada pela transformação de seus lares em museus. A seguir, descubra onde cada um deles está situado na cidade de São Paulo.
1. Casa de Vidro
A Casa de Vidro, de Lina Bo Bardi. - Nelson Kon / CASACOR
Foi neste ícone da
arquitetura moderna brasileira em que a arquiteta Lina Bo Bardi viveu por
mais de 40 anos junto ao seu esposo, o jornalista Pietro Bo Bardi. Inaugurada em 1951, a
Casa de Vidro foi o
primeiro projeto construído de Lina Bo Bardi, consagrado como sede de encontros de artistas, arquitetos e intelectuais brasileiros.
Após a morte dos Bardi, a residência da arquiteta foi transformada em um
instituto que hospeda o legado histórico de Lina e Pietro. Localizado no bairro do Morumbi, o museu é aberto para o público, com o objetivo de conservar e disseminar a obra do casal.
2. Casa Museu Ema Klabin
Projetada na década de 1950 por Alfredo Ernesto Becker, a atual
Casa Museu Ema Klabin foi construída no Jardim Europa para abrigar as obras reunidas por essa célebre colecionadora brasileira. Em 1997, três anos após o falecimento de Ema Klabin, foi iniciada a
catalogação do acervo, que é divulgado no próprio museu e cedido para outras exposições no Brasil e na Europa.
Casa Museu Ema Klabin - Nelson Kon / CASACOR
A Casa Museu Ema Klabin é sede de
mostras, shows, palestras, cursos e oficinas. No momento, está em cartaz a exposição
América pré-colombiana: corpo e território, que exibe mais de 90 raras peças arqueológicas de civilizações que habitavam as Américas desde antes da chegada dos europeus.
3. Museu Lasar Segall
O lugar, que hoje é um museu na Vila Mariana, era desde 1932 o ateliê e a residência do pintor, escultor e gravurista
Lasar Segall. Projetada por um dos precursores da arquitetura moderna no Brasil,
Gregori Warchavchik, a casa inclui um mobiliário que, em grande parte, foi confeccionado pelo próprio Segall.
O Museu Lasar Segall. - Marcelo Monzani Netto / CASACOR
Em 1967, os filhos de Lasar Segall transformaram a histórica residência em museu. O espaço é vinculado ao Ministério da Cultura e não apenas conserva a obra de seu patrono, como também oferece exposições, visitas educativas, cursos e oficinas nas áreas de gravura, cinema e biblioteca especializada nas artes do espetáculo e fotografia.
4. Fundação Maria Luisa e Oscar Americano
Em 1974, dois anos após o falecimento de Maria Luisa Ferraz Americano,
Oscar Americano doou à cidade de São Paulo a casa onde o casal de colecionadores viveu com os filhos durante 20 anos. Além de uma
rica coleção de obras de arte, o espaço, projetado pelo arquiteto
Oswaldo Arthur Bratke em 1950, possui uma
extensa área verde no bairro do Morumbi.
Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, no Morumbi. - Fernando Stankuns / CASACOR
No museu, é possível conhecer desde peças de mobiliário do Brasil Colônia a trabalhos de mestres do século XX, como
Victor Brecheret, Lasar Segall, Alberto da Veiga Guignard, Di Cavalcanti e Cândido Portinari. Além disso, há no local uma imensa biodiversidade, com plantas e árvores de vários tipos, do pau-brasil ao pé de café.
5. Casa Modernista
A Casa Modernista da Rua Santa Cruz é considerada a
primeira obra de arquitetura moderna implantada no Brasil. Datada de 1927 e com autoria do arquiteto ucraniano
Gregori Warchavchik, a casa foi projetada para ser a residência do próprio arquiteto, junto a sua esposa Mina Klabin. A construção do espaço, que aconteceu em um contexto da repercussão da Semana de Arte Moderna, gerou rebuliço na opinião pública e sua proposta estética protagonizou publicações de artigos em jornais.
Casa Modernista da Rua Santa Cruz - Gabi Geraldelli / CASACOR
Em 1984, a Casa Modernista recebeu tombamento patrimonial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Por mais de 20 anos, até que em 2008, a Prefeitura do Município de São Paulo passou a ser permissionária do imóvel, e hoje o espaço abriga exposições e realiza visitas educativas.