“Mundo do Meio” é a sétima exposição de Caio Reisewitz realizada pela galeria Luciana Brito – sendo a primeira delas datada de 2005. A mostra ocupa todos os ambientes da residência modernista projetada por Rino Levi com obras que representam uma síntese da pesquisa de mais de 20 anos do artista em torno da representatividade da arquitetura através das diversas possibilidades do registro fotográfico.
A mostra “Mundo do Meio” volta no tempo para resgatar investigações iniciais do artista visual Caio Reisewitz em torno da arquitetura, posicionando-as na atualidade a partir de contextos sociais e políticos do Brasil.
Caio Reisewitz, “Jaguaratema”, 2023 - Divulgação / CASACOR
Desde o início dos anos 2000, o assunto tem sido o grande objeto de pesquisa do artista, principalmente no que tange o
Modernismo no Brasil como representante da cultura e expressão de um povo, de uma época. Uma das bases de sua pesquisa trata da estética que envolve os espaços de poder, bem como seus
múltiplos discursos dentro das artes visuais.
Caio Reisewitz, - Divulgação / CASACOR
Sendo assim, a exposição estabelece uma
simbiose entre os aspectos formalistas da arquitetura modernista, sua história e agentes envolvidos, por meio do projeto de Rino Levi, e as questões que envolvem a polarização no Brasil, desde a divergência social extremista em torno de
ideologias políticas até o desmonte dos aparelhos públicos e suas consequências para o
meio ambiente brasileiro.
Caio Reisewitz, - Divulgação / CASACOR
A lâmina de vidro, representada aqui pela parede de vidro que separa a sala da antiga residência
Castor Delgado e o jardim de
Roberto Burle Marx, serve de metáfora para o “
mundo do meio” de Caio Reisewitz.
O vidro sempre representou um
elemento importante dentro do conceito modernista por permitir o diálogo entre os ambientes projetados, principalmente para o clima e ambiente brasileiros.
Caio Reisewitz, - Divulgação / CASACOR
Dez anos atrás, Caio Reisewitz realizou a série “
Altamira” (2013), onde documentou a região da floresta de Belo Monte (Pará), delimitada pelo Rio Xingu, e que desapareceu com a construção da hidrelétrica de Belo Monte, criando um paradoxo onde a
exuberância da região intocada das imagens ficou apenas na memória por conta da ação do homem.
A série foi revisitada pelo artista em 2018, depois da tomada das águas. A exposição também reúne
documentos, imagens e
anotações utilizadas pelo artista para suas pesquisas.