Não é fácil fazer o trabalho de conservar obras de arte renomadas, mas esse é um trabalho que muitos museus precisam fazer com certa recorrência. Para mostrar como isso acontece, o MASP divulgou um vídeo que mostra a restauração feita nas obras do artista Frans Hals ao longo de 2022. A restauração foi feita em parceria com a fabricante de tintas AkzoNobel.
https://www.youtube.com/watch?v=pma2v5F_FGc
As três obras, Maria Pietersdochter Olycan, O Capitão Andries van Hoorn e O Oficial sentado, datadas da década de 1630, foram doadas ao MASP em 1951 e possuem como contexto de produção o século 17, o chamado "Século de Ouro Holandês".
Antes x depois Obra O Capitao Sentado - Elizabeth Kajiya / Pedro Campos / Márcia Rizzutto / CASACOR
Após uma série de análises científicas, diagnóstico do estado de conservação, tratamento de conservação e restauro e discussão dos resultados, as três obras de Hals
retornam ao 2° andar do museu, na
exposição permanente Acervo em Transformação.
Antes x depois - Obra O Capitão Andries - Elizabeth Kajiya / Pedro Campos / Márcia Rizzutto / CASACOR
Todas as pinturas contaram com um processo complexo, começando pela limpeza de vernizes, retoques e repintes antigos e por novos retoques, aplicados através do uso de
resinas específicas para restauro utilizando pigmentos semelhantes aos originais.
Brasão do lado direito na obra O Capitão Andries - Elizabeth Kajiya / Pedro Campos / Márcia Rizzutto / CASACOR
Durante o processo de pesquisa da obra O Capitão Andries van Hoorn, o
brasão no canto superior direito chamou a atenção. Trata-se de um elemento não-original, adicionado posteriormente à pintura. Mesmo não fazendo parte da intenção original do artista, a equipe de conservação decidiu manter o elemento por sua importância histórica e visual na composição — inclusive em sua relação com o público paulistano.
O processo, acompanhado por um comitê científico internacional, composto por especialistas de diferentes museus e instituições, contou com o trabalho de duas conservadoras do MASP — Aline Assumpção e Sofia Hennen — e com a conservadora Liesbeth Abraham, do Frans Hals Museum.