CASACOR SP 24: entenda como funciona a compensação de carbono na mostra
Nova parceira sustentável de CASACOR, a Pachamama Trading fará a compensação de carbono da mostra, do anuário e de cinco ambientes do circuito de visitação
Por Giuliana Capello
Atualizado em 06 dez 2024, 13:00 - Publicado em 05 jun 2024, 14:37
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(Reprodução/)
“Quando pensamos no que a CASACOR representa para os mercados imobiliário, de arquitetura e decoração, é muito gratificante atuarmos com o elenco envolvido, mostrando o ciclo de vida dos projetos e ressaltando a trajetória e os impactos dos materiais”, afirma Bruno Gagliasso, que comanda a Pachamama Trading com os sócios, João Marcello Gomes Pinto e Rodrigo Rivellino. A companhia, especializada em compensação de emissões de gases de efeito estufa (GEE) via conservação de florestas e comunidades guardiãs da biodiversidade, realiza o inventário e a compensação de carbono da mostra, do anuário e, pela primeira vez, de ao menos cinco ambientes do circuito de visitação, assinados por Gabriel Rosa, Gil FialhoPaisagismo, Kesley Santiago, Sala2 Arquitetura e Studio Ro+Ca. “Vamos oferecer aos profissionais acesso a uma consultoria com tecnologia de ponta, para que eles possam entender as consequências da escolha de cada item, buscar meios para minimizá-las e conhecer mais sobre a neutralização de carbono, tão importante no enfrentamento da crise climática”, conta Darlan Firmato, diretor de operações do evento. Em todo o mundo, estima-se que 40% das emissões de GEE têm relação com a construção e operação das edificações. Cada matéria-prima extraída da natureza, processada na indústria, transportada até as lojas, incorporada em um projeto por certo tempo e, depois, descartada deixa no caminho um rastro de interferências socioambientais, desde o consumo de água e energia até aspectos como degradação do solo, geração de resíduos e poluição. “Compensar essa pegada significa adotar maneiras de transformar tudo isso em resultados positivos. Para isso, consideramos as emissões de CO2 e também 26 serviços ecossistêmicos, como manutenção da biodiversidade, regulação de clima, produção de oxigênio, valores educacionais e polinização”, explica João Marcello Gomes Pinto, sócio fundador da Pachamama Trading.
Como funciona
A fim de calcular a compensação de carbono de um ambiente, primeiro são levantados os dados sobre cada material utilizado nele. Em seguida, as informações passam por uma análise do ciclo de vida (ACV), que estabelece a quantidade de CO2 incorporado àquele espaço. O profissional, então, adquire créditos de biodiversidade, medidos em toneladas de carbono equivalente (tCO2e), para equilibrar esse volume. Após a compra, ele obtém um certificado de sustentabilidade emitido pela auditoria multinacional KPMG com tecnologia blockchain, que garante segurança e transparência ao processo. Os créditos são gerados anualmente na Fazenda Floresta Amazônica, em Apuí, AM, uma área de 145 mil hectares de mata, com um importante estoque de carbono e grande variedade de fauna e flora, além dos corpos hídricos que atravessam o território. De maneira simplificada, funciona assim: a partir de uma metodologia criada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e validada pela KPMG, a propriedade recebe para manter a floresta em pé. Uma parte do dinheiro é destinada à Associação Agroextrativista Aripuanã Guariba (Asaga), com o objetivo de fomentar a bioeconomia na região. Além disso, o projeto da fazenda prevê o investimento de R$ 1 milhão por ano em iniciativas com repercussão direta na vida de 48 famílias (145 pessoas) de sete comunidades do entorno. As principais demandas dos habitantes foram mapeadas em uma escuta cuidadosa, conduzida pela empresa Zabotto Ambiental, contratada pela Pachamama, que resultou em um conjunto de ações previstas para 2024, incluindo a construção de fossas sépticas, a reforma de uma escola e a compra de motores de barco. Fundamentalmente, a ideia é melhorar a qualidade de vida das famíliase oferecer alternativas econômicas que viabilizem trabalho e renda fora de atividades que pressionam o ecossistema, como garimpo, extração ilegal de madeira e desmatamento associado à agropecuária.
Exemplo para o mercado
A novidade representa um salto significativo nos avanços que a marca tem conquistado na área da sustentabilidade. “No início, comprávamos créditos de carbono, depois passamos a plantar árvores e agora apostamos em uma tecnologia que permite ir além e chegar aos rios, à fauna e à vida das pessoas que vivem nas florestas”, comemora Firmato. “Queremos que essa postura inspire outros atores do segmento de construção civil e decoração”, completa. Gabriel Rosa, arquiteto que estreia este ano na mostra paulistana, decidiu fazer parte da iniciativa. “É crucial assumirmos a responsabilidade ambiental em todos os aspectos de nossa prática. Precisamos reconhecer as implicações da indústria na qual atuamos e demonstrar compromisso”, diz. Kesley Santiago faz coro: “Desejo contribuir para um futuro mais sustentável e considero que nós arquitetos temos um papel importante no combate à emergência climática. Cada um deve fazer sua parte”. E isso inclui o público: ao comprar o ingresso, será possível pagar o valor extra de R$ 5, referente à pegada de carbono média dos visitantes do evento no deslocamento até o Conjunto Nacional.