A cidade com mais índios do Brasil inaugura usina de oxigênio
Localizada na cidade de São Gabriel da Cachoeira (AM), a usina é uma doação do Greenpeace à Foirn (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro)
Por Redação
Atualizado em 07 mai 2021, 10:36 - Publicado em 10 mai 2021, 16:00
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(Christian Braga/)
Em maio de 2020, pico da primeira onda de Covid-19 em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, faltou oxigênio para os pacientes internados no único hospital da cidade. O que salvou a cidade de uma tragédia maior foi uma grande mobilização. Em poucas horas, instituições que atuam na região transportaram cilindros de Manaus ao município a tempo de impedir que os doentes morressem asfixiados. Quase um ano depois, e em meio à persistente crise sanitária, a aliança emergencial entregou à população um reforço importante: uma usina de oxigênio.A usina de oxigênio foi doada pelo Greenpeace à Foirn (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro), em um esforço coletivo com as organizações parceiras: ISA, Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira) e Expedicionários da Saúde (EDS). Instalada na Unidade Básica de Saúde (UBS) Miguel Quirino, a usina teve custo total de 750 mil reais e poderá abastecer 12 cilindrosde50 litros diariamente, com oxigênio a 95% de pureza.O presidente da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), Marivelton Barroso, do povo Baré ressalta: “Nós tínhamos que melhorar a infraestrutura de saúdepara os23 povos indígenas do Rio Negro e a conquista desta usina de oxigênio é um legado para a região. A negligência do governo federal com a população brasileira e em especial com os mais vulneráveis como os povos indígenas, é uma vergonha mundial. Se não fosse pela união das instituições, teríamos visto uma enorme tragédia humanitária no Rio Negro”.Além de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos (Médio e Baixo Rio Negro), que somam uma população aproximada de 100 mil pessoas, também serão beneficiados pela usina de oxigênio. Essa é uma vitória dos povos indígenas e um legadopara o sistema público de saúde da região, graças ao trabalho coletivo de instituições da sociedade civil organizada, a luta continua.