Antigo armazém industrial é transformado em moradia iluminada e despojada
À frente do projeto, a Burr Studio investiu em um design arrojado e leve para repaginar completamente o conceito do armazém
Por Yeska Coelho
Atualizado em 06 set 2021, 10:55 - Publicado em 06 set 2021, 11:00
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(José Hevia/)
Quando se fala em armazém, o que te vem à mente? Com certeza não é uma moradia iluminada e cheia de vida, mas essa foi a proposta do projeto da Burr Studio, que quis inovar no espaço com cores e modernidade para, de fato, mudar totalmente a atmosfera original e construir um verdadeiro espaço de descontração e descanso para os moradores – que inclusive, eram amigos de longa data dos arquitetos à frente do estúdio.Localizado no bairro de Carabanchel, no sul de Madrid, o projeto tinha como propósito desenvolver um ambiente mais flexível e acessível. O proprietário descobriu um pequeno armazém no terreno em que pretendia repaginar para criar sua casa e um estúdio integrado, mas os custos inviabilizaram o projeto, e a partir daí veio a ideia de montá-la dentro do armazém. “Tivemos a ideia de dividir o projeto em duas unidades. Isso daria ao cliente a oportunidade de alugar a metade, o que ajudaria a pagar o custo total do projeto", conta a arquiteta Severine Han. A arquiteta comentou que se inspirou no momento atual, em que as pessoas estão trabalhando em casa, para criar um ambiente mais aconchegante, lúdico e inspirador. Em Madrid, é bastante comum que as habitações sejam pequenas e com pé-direito baixo. O armazém se mostrou como uma opção atrativa por ser o oposto disso tudo. Se não utilizados, muitos edifícios industriais em Madrid podem acabar entrando na fila para serem demolidos, e o estúdio desenvolveu uma proposta inovadora para recuperar esses espaços e transformá-los em habitações. “Desenvolvemos uma abordagem de intervenção que chamamos de 'Elementos para Recuperação Industrial'. Trata-se de um conjunto de ferramentas estratégicas para proteger o patrimônio industrial da cidade”, explica Severine. O projeto do armazém foi todo baseado em um briefing aberto. Segundo os arquitetos, o grande desafio era tornar o projeto economicamente sustentável, especialmente para repassar os preços do aluguel para os novos moradores. A ideia era justamente criar uma habitação que explorasse os novos modelos de vida. A casa foi dividida em duas paredes que contam com proteção acústica para isolar o ambiente dos barulhos de carros no exterior. Eles criaram o espaço de maneira flexível, ou seja, se os moradores quiserem mudar algo do lugar, é possível fazê-lo sem a necessidade de grandes reformas. A paleta de cores elegeu um amarelo vibrante, branco e madeira crua para compor o espaço. Em conjunto, as cores e texturas trouxeram um aspecto despojado para o projeto. Além disso, outras cores também foram incorporadas na área externa, como uma mesinha verde com cadeiras em branco e vermelho trouxeram um charme a mais ao projeto. Para refletir o estilo industrial do armazém no projeto, quase que como para não esquecer as raízes, os arquitetos apostaram em criar um estilo industrial cosmopolita, com tijolinhos aparentes na cor branca marcando presença em toda a parede. Além disso, o cimento queimado também está presente, outro forte elemento industrial, que ganhou uma coloração mais clara e por isso contribuiu para deixar o espaço fresco e amplo. Fonte: Architectural Digest