Prédio tombado em São Paulo apresenta coletiva ‘Volátil’
Composta por sete artistas, mostra apresenta obras inspiradas na teoria sobre a fluidez de Zygmunt Bauman
Por Redação
Atualizado em 30 out 2023, 08:58 - Publicado em 01 nov 2023, 11:00
05 min de leitura
Sem título Miguel Thomé - Exposição Volátil (Miguel Thomé/)
Sob a curadoria de Arthur Jorge Lima e Thais Domingues, os artistas Anália Moraes, André Mendes, Felix Blume, Fernanda Pompermayer, Gabriella Garcia, Miguel Thomé e Ottavia Delfanti apresentam ‘Volátil’, uma coletiva no Edifício ‘Espaço Alto’, no centro da capital paulista. Inspirada na fluidez e na mutabilidade no mundo contemporâneo, de Zygmunt Bauman, a exposição explora a natureza efêmera do tempo e da vida. Cerâmicas, óleo e acrílica sobre tela, arte sonora e obras em tecido e em resina, compõem a mostra em cartaz até 18 de novembro. “As fotografias, que capturam momentos estáticos, servem como catalisadores para o registro de obras que abordam a mutabilidade e o equilíbrio por meio do caos, seja por esculturas, pinturas ou arte sonora. Os artistas reinterpretam e observam o tempo de maneira a criar uma perspectiva líquida, revelando as fissuras temporais entre o estático e o mutável. A exposição desafia as fronteiras entre o sólido e o líquido, o físico e o psíquico, explorando a relação entre a natureza e a humanidade. Nesse processo, ela destaca a beleza do movimento e a fluidez das transformações, refletindo a era da instantaneidade e a necessidade de aceitar a mutabilidade como parte natural do ciclo da vida”, explica a curadora Thais Domingues. Anália Moraes criou ‘Dilúvio’, uma escultura em cerâmica com vidro e rede de pesca trançada manualmente, em que traz o transbordamento como ruptura em que há uma abertura erótica, contínua. Também em cerâmica, mas esmaltada com vidro e madrepérola, está a série ‘Escudo Cristalino’ de Fernanda Pompermayer, em que o paralelo entre a observação tanto na natureza, quanto na humanidade, se faz presente na obra que revela uma perspectiva diferente a cada ângulo pelo qual é observada, inclusive em seu interior. A obra inédita de Miguel Thomé é feita a partir fotografias documentais autorais na qual o artista ressignifica a imagem através da unificação do ambiente com o corpo. Utilizando materiais valorizados pelo clero como demonstração de poder, Gabriella Garcia recria em ‘Some Paridise’ gestos de devoção histórica com inteligência artificial e abre espaço para a reflexão sobre o limite da imagem como ícone, sobre o conceito de devoção e poder na contemporaneidade. ‘Gruta’, um óleo sobre tela de André Mendes, pontua a criação de um corpo com diversas interpretações transcende matéria, criando uma reflexão sobre os limites entre o espaço e o corpo e sobre a linearidade do tempo. E, para finalizar, ‘Mergulho’, de Ottavia Delfanti, retrata a imprevisibilidade de como a imagem reage em materiais fluídos que se solidificam, seja em resina ou látex, movimenta a prática até que algum trabalho tome forma. Edifício Armando Lara - Espaço Alto O Espaço Alto, viabilizador do projeto, está localizado no edifício Armando Lara (1916), localizado no centro de São Paulo. O prédio, tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico (Condephaat), tem assinatura do projeto arquitetônico por Ramos de Azevedo. Nesse mesmo prédio, em 1917, o edifício fincou seu nome na história das Artes, com a polêmica Semana de Arte Moderna de 1922, sediando em 1917, a Exposição solo de Pintura Moderna de Anita Malfatti. Há dois anos o Espaço Alto se posiciona como um espaço cultural que torna possível a criação de exposições independentes.
SERVIÇO
Exposição ‘Volátil’ Abertura: 20 de outubro Horário da abertura: 18h Local: Espaço Alto – Edifício Armando Lara Endereço: Rua Libero Badaró 336 – Centro - São Paulo Entrada franca – estacionamento conveniado com segurança ao lado do edifício Período expositivo: 21 de outubro a 18 de novembro Visitação com agendamento prévio via: www.espacoalto.com/volatil Horário de funcionamento: de segunda a domingo das 10h às 19h