Restaurante vegano na Vila Madalena usa tons de rosa para trazer aconchego
O restaurante com cardápio comandado por Bela Gil leva assinatura da dupla de arquitetas Ana Guedelha e Nathalia Favaro, da Vitrô Arquitetura
Por Giovanna Jarandilha
Atualizado em 14 jul 2021, 23:23 - Publicado em 04 jun 2021, 16:00
08 min de leitura
(Maura Mello/)
Um novo e charmoso restaurante integra agora as ruas da Vila Madalena, em São Paulo. A dupla de arquitetas Nathalia Favaro, da Vitrô Arquitetura, e Ana Guedelha assinam o projeto do Camélia Òdòdó, um restaurante 100% vegano com cardápio comandado pela culinarista e apresentadora de TV Bela Gil. Com 74 m², o restaurante divide espaço com o anexo do café da Loja Korui, de 55 m². Apesar dos usos distintos, ambos estabelecimentos compartilham a mesma fachada. "O projeto de arquitetura foi pensado a partir de um eixo central que conecta a loja ao restaurante e conta com uma escadaria e uma marquise para acesso. Nas extremidades do imóvel configuram-se, de um lado, o salão do restaurante, café e cozinha e de outro, a loja Korui", comenta Ana Guedelha. Os principais desafios encontrados pela dupla na concepção do projeto foram o declive acentuado ao longo de toda a fachada, a falta de integração entre o imóvel e a rua, a pouca entrada de luz natural e a existência de desníveis internos. Assim, uma grande escadaria foi instalada para facilitar o acesso ao imóvel, servindo também como uma arquibancada sombreada que cria um efeito de alargamento da calçada. Uma marquise em concreto ajuda nessa integração e abriga a chegada do pedestre a partir do café e percorre toda a extensão até a loja. A escolha da paleta de cores, bem como o mobiliário e revestimentos, se relaciona diretamente com as marcas Camélia Òdòdó e Korui. "Todos os tons, que variam entre quentes e terrosos, bem como os materiais, foram pensados para conferir aos ambientes leveza e aconchego, além de resgatar os valores das duas marcas que buscam estar em harmonia com a natureza", reforça Ana. Em meio a planta livre da loja, um bloco central existente abriga o programa mais funcional do projeto, composto por banheiro, estoque e caixa. Com uma configuração em L, criou-se uma abertura independente para o café. O deck ao ar livre com um jardim de Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC’S) está entre os highlights do restaurante. O projeto evitou grandes reformas estruturais na antiga casa. Parte dos resíduos gerados na demolição foram reutilizados na própria obra: no deck externo, no banco da calçada e no mobiliário interno. "Além disso, resgatamos a luz natural do imóvel a partir da abertura dos vãos existentes, que estavam cobertos, gerando um aumento da sensação de amplitude", afirma Nathalia Favaro.