Em sua 10ª edição, a MADE acontece simultaneamente à ArPa, feira de arte recém-inaugurada, no Pavilhão Pacaembu, em São Paulo
Atualizado em 03 jun 2022, 19:13 - Publicado em 04 jun 2022, 10:00
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01/07 - A obra "Caminho: meu, seu, nosso" nasce após a reflexão de Maria Fernanda Paes de Barros sobre os passos que ela deu até aqui e os que ainda dará. Na obra, uma esteira tecida pela designer - que aprendeu a partir de aulas-vídeo ministradas pelas artesãs do povo Mehinako em 2020 - faz um desenho de um jacaré que caminha, se esforçando em uma subida praticamente vertical, deixando suas pegadas marcadas antes de seguir adiante em um vôo de liberdade. (Divulgação)
02/07 - "Nesta obra estão presentes tradição e contemporaneidade. A tradição no tecer da esteira e do roda-vento e no desenho do jacaré, tão presente na realidade diária do povo Mehinako; a contemporaneidade nos cilindros de jequitibá que substituem os talos de buriti e na mensagem que o jacaré leva e espalha ao vento, tentando alcançar o mais longe possível", explica Maria Fernanda. (Divulgação)
03/07 - Esse paradoxo de tradição e contemporaneidade se funde tanto nas técnicas aplicadas como nos materiais empregados na obra. A madeira jequitibá rosa maciça, usada tanto nas bases como nos cilindros, também foi utilizada para tecer a esteira com o jacaré e o roda-vento; cascas e folhas de árvores e palmeiras utilizadas pelo povo Mehinako na construção das suas ocas, em seus rituais e na produção dos seus artesanatos, foram colhidas por Kulikyrda Stive Mehinako na floresta no entorno da aldeia Kaupüna, no Território Indígena do Xingu, no Mato Grosso. Fios de algodão foram tingidos com a matéria-prima colhida por Kulikyrda, por Maibe Maroccolo, idealizadora da Mattricaria, em Brasília. Toda essa sinergia entre ancestral e atual é expressa em cada detalhe escolhido por Maria Fernanda para buscar o propósito maior em sua arte: enaltecer e resgatar o que há de mais genuíno em nossas raízes. (Divulgação)
04/07 - O Abajur Lanterna, Abajur Cápsula e Abajur Costume são os principais lançamentos de Cris Bertolucci para MADE 2022. A escolha das peças veio de uma vontade de Cris de expressar um dos seus principais pilares criativos, através de peças com formas simples e elegantes. “Para mim, o resultado final e a beleza vêm em primeiro lugar quando estou desenhando minhas luminárias. Por mais que isso possa ser lido como algo óbvio, a ideia de elaborar peças que agreguem elegância e romantismo a um ambiente é a base fundamental de meu trabalho”, comenta a designer. (Divulgação)
05/07 - Para Cris, a beleza das peças pode ser encontrada tanto em suas formas minimalistas e elegantes e na tradução de conceitos lúdicos em luminárias cheias de poesia. As três peças representam a capacidade de Cris de extrair novas formas e soluções a partir de processos considerados tradicionais na produção de peças de iluminação. Isso pode ser observado, por exemplo, no Abajur Lanterna, que utiliza um processo artesanal comum de produção de cúpulas, mas consegue carregar uma personalidade única por conta da utilização do desenho inovador da designer somado à aplicação inteligente de materiais como o algodão e o latão escovado. (Divulgação)
06/07 - Se nas linhas do poema mais famoso de Carlos Drummond de Andrade, a pedra no caminho muda o modo de enxergar a vida de quem a encontra, na Coleção Rastro, criada por Marllon Morais e Rodrigo Queiroz do Estúdio Dentro, a pedra sai do campo lírico para expressar materialidade. Marllon Morais e Rodrigo Queiroz resgatam a pedra bruta Amazonita, mineral encontrado em abundância em Minas Gerais, cuja sua preciosidade ocupa seu lugar simbólico, fazendo um paralelo ao poema de Drummond, onde uma pedra tida como comum transforma a vida do sujeito do poema. Aqui, os designers elevam a pedra Amazonita como protagonista das peças: em formas irregulares, as pedras são colocadas umas sobre as outras por meio de uma barra maciça, que formam os pés. O tampo em vidro incolor tem o formato orgânico, reforçando proposta de organicidade. (Divulgação)
07/07 - Marllon e Rodrigo também trazem as Coleções Beira e Arco: na Coleção Beira, o mármore aparece nos centros de mesa e traz consigo inspiração geométrica, transitando entre a leveza dos traços com o peso da estrutura inicial da pedra bruta. A madeira Jequitibá entra de forma poética dividindo o mármore em duas partes, ao mesmo tempo em que as reconecta. A Coleção Arco é composta por potes e penduradores, tendo como elemento principal os arcos em metal fundido. Os modelos dessas peças foram feitos em madeira e à mão, esculpindo uma textura em todo o corpo do objeto, conferindo uma irregularidade orgânica a essa textura. Devido a essa irregularidade, mesmo que as peças sendo feitas a partir de um mesmo molde, elas chegam ao final do processo com sutis variações em suas superfícies. (Divulgação)