Quando estava em busca de seu novo lar, a arquiteta
Tainá Binato, do escritório
Casa Tauari, encontrou este imóvel antigo de
45 m² em Ipanema (RJ), antes ocupado por um escritório de engenharia, que estava completamente detonado. “O espaço era horrível, mal ventilado e mal iluminado. Mas vi na área externa um potencial grande”, conta.
Sua
reforma priorizou trazer mais
luz natural e
aumentar a sensação de amplitude indoor. Para isso, a arquiteta derrubou todas as paredes voltadas para a área externa e, no lugar delas, instalou
esquadrias com portas de correr metálicas, na cor branca, com fechamento de vidro transparente. “Também instalamos
uma cobertura transparente sobre a mesa de refeições da área externa e, do outro lado, um chuveirão para o pós-praia”, diz ela.
O espaço da antiga
cozinha hoje é ocupado pelo quarto de hóspedes. “Demolimos os armários e uma parede que complementava o pilar e trocamos todos os pontos hidráulicos de lugar”, conta. O dormitório da suíte do casal foi reduzido para aumentar o espaço dos dois banheiros.
O lavabo, que dava para a sala, foi ampliado e transformado em um banheiro social e o banheiro da suíte também foi ampliado para acomodar uma
mini-lavanderia (com máquinas de lavar e secar) escondida atrás de uma porta de madeira com palhinha. Na
suíte, o
nicho na alvenaria da parede foi pensado para embutir a cama e ganhar mais espaço de circulação e também agregou valor estético à decoração do dormitório. Outro destaque é a
estante, sem portas, que ocupa toda a parede lateral da cama, com múltiplas funções: escrivaninha, penteadeira e cabideiro. Já o pilar revelado durante as demolições do quarto de hóspedes não só foi mantido aparente como também serviu para apoiar cinco prateleiras de madeira tauari, formando, assim, uma
estante vazada entre as duas camas de solteiro.
Na
decoração, a arquiteta buscava uma morada
bem tropical, repleta de materiais naturais, e também que fosse visualmente clean, mas com bastante texturas para trazer aconchego e ares de refúgio.
No piso, por exemplo, ela optou por cacos de pedra São Tomé porque queria pisar descalça na pedra e ter a sensação de estar fora de casa, minimizando, inclusive, o fato de ser um apartamento compacto.
Embora não haja muitos móveis soltos no projeto, Tainá destaca como seus favoritos as cadeiras da área externa, que ela comprou em uma loja online, especializada em móveis de palha e junco naturais, produzidos artesanalmente.
Outro xodó é o sofá em L da sala, projetado por ela em alvenaria, com a base revestida com os mesmos cacos de pedra São Tomé do piso e estofamento solto no assento e no encosto, com capas removíveis de sarja off white. A
paleta de cores tem pouco contraste, em tons de areia, e é permeada por materiais naturais, como madeira, fibra, linho e pedra. “Me sinto na área externa de uma casa, mesmo estando dentro de um apartamento compacto”, diz a arquiteta.