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CASACOR SP: Gustavo Neves resgata herança milenar e ancestral na Casa Sumé

A ancestralidade dos povos, incutida no inconsciente, é o que une gerações no ambiente de Gustavo Neves

Por Giovanna Jarandilha
Atualizado em 1 out 2020, 11h54 - Publicado em 16 jul 2019, 12h12
(Marco Antonio/CASACOR)

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Gustavo Neves ressignifica o entendimento de memória na Casa Sumé, na CASACOR São Paulo 2019, em um resgate que valoriza a ancestralidade indígena – seus materiais, hábitos e conhecimentos. A herança milenar, tangível em forma de cultura, é transcrita desde a intitulação: o termo Sumé diz respeito a um ser mitológico tupi, a quem se atribui a transmissão de técnicas de manuseio do fogo, agricultura e organização social.

A carga emocional do espaço sobressai desde a fachada. Revestida de piaçava, fibra comumente empregada na fabricação de vassouras, a parede apenas divide espaço com outro material: feno, empilhado em fardos não revestidos, que dão para o jardim do paisagista Daniel Nunes, repleto de espécies típicas da caatinga.

(Marco Antonio/CASACOR)

Detalhada, a porta é repleta de esculturas de ex-votos – nome dado aos objetos oferecidos às divindades religiosas pelos fiéis, como forma de agradecimento por um pedido atendido. Neves reuniu 105 destas esculturas e espalhou-as por toda extensão da porta, representando 105 curas.

(Marco Antonio/CASACOR)

O sofá é desenho do escritório, leva cobertura em pele de avestruz de descarte responsável, e contrapõe as poltronas vintages, em camurça. O tapete também é produto do arquiteto, resultado da justaposição de retalhos e peças nunca consumadas.

A iluminação se dá por rasgos no forro e na parede estrategicamente posicionados. Ao todo, três claraboias permitem a entrada de luz natural, valorizando importantes trechos do espaço.

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O interior é acabado por uma mistura de material mineral – terra, casca de árvore e tijolos de demolição –, que compõem todo o revestimento. As paredes e os forros recebem uma textura orgânica, de tecido de algodão cru reciclado como papel de parede.

(Salvador Cordaro/CASACOR)
(Marco Antonio/CASACOR)

A sala de jantar é integrada à cozinha. Os móveis têm desenho do arquiteto: a mesa, de madeira fundida e bronze, e os armários, revestidos no mesmo tecido das paredes. Já as cadeiras são finalizadas em couro e restos de peles de coelho – ambos elementos que já haviam sido descartados pela indústria.

(Marco Antonio/CASACOR)

A luminária agrega um significado à parte: as hastes esculturais que a desenha foram feitas a partir de caules de palmeira, recolhidos da rua pelo arquiteto após tempestades que os destacaram de seus troncos. O pendente os recebeu junto de filetes de cerâmica e duas gemas, das quais a luz incide.

(Salvador Cordaro/CASACOR)

No quarto, a cabeceira foi produzida a partir de madeira de descarte e base em serralheria oxidada. As obras de arte têm como principal característica a exploração de elementos da natureza, como a escultura de Fátima Campos ou do polonês ativista ambiental Frans Krajcber.

CASACOR SÃO PAULO 2019:

QUANDO?

De 28 de maio a 04 de agosto

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Terça a sábado: das 12h às 21h

Domingos e feriados: das 12h às 20h

ONDE?

Jockey Club de São Paulo – Avenida Lineu de Paula Machado, nº 1075 – Cidade Jardim

INGRESSOS:

De terça a quinta-feira:

Ingresso inteiro: R$ 64,00/ Meia entrada: R,00

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De sexta a domingo e feriados:

Ingresso inteiro: R$ 80,00/ Meia entrada: R$40,00

Valet: R$ 40,00

Classificação: Livre

As vendas dos ingressos para São Paulo estão disponíveis no site: casacor.byinti.com

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