Quando o casal formado por um jornalista e um tradutor espanhol comprou este apê de
90 m² em Laranjeiras (RJ), já tinha a intenção de colocar tudo abaixo para integrar os espaços. Para essa missão, entrou em cena a arquiteta
Ana Neri.
(André Nazareth / CASACOR)
Originalmente, o apartamento tinha três
quartos,
sala e
cozinha super apertados. Os clientes pediram para abrir e integrar os espaços, tornando a circulação mais fluida, e melhorar a iluminação natural. Com a reforma, um dos quartos virou sala de estar, as áreas da antiga cozinha e do primeiro dormitório se fundiram, abrindo espaço para um novo jantar e para uma cozinha aberta, integrada e muito arejada.
(André Nazareth / CASACOR)
Com marcenaria em tom terroso e piso de ladrilho hidráulico da mesma família cromática, a cozinha também ganhou reproduções das esquadrias originais da construção, com o objetivo de organizar as vistas internas e trazer unidade, além de buscar uma
atmosfera de casa.
(André Nazareth / CASACOR)
Outro quarto da planta original do apartamento deu lugar à nova sala de estar, junto à varanda. Segundo a arquiteta, um dos grandes desafios do projeto foi entender como as transições entre os ambientes se dariam, de forma fluida, leve e ampla.
(André Nazareth / CASACOR)
“Nada mais agregador e estimulante para promover longas conversas e encontros do que uma mesa com dimensões generosas na cozinha e, ainda por cima, super integrada à sala de jantar”, avalia a arquiteta. O reforço estrutural com as vigas metálicas possibilitou que o apartamento ganhasse um caráter de “transparência” e permeabilidade. Mas, além disso, as conexões entre os espaços também se deram através do jogo cromático nas volumetrias e nas marcenarias que “conversam” entre si.
(André Nazareth / CASACOR)
A porta de muxarabi (pintada de verde) foi um dos itens garimpados pelos próprios clientes, trazendo textura, ventilação e, de certa forma, iluminação para o pequeno hall.
(André Nazareth / CASACOR)
(André Nazareth / CASACOR)
“Esse fundo do apartamento nos trouxe algumas boas e gratas surpresas, que só elevaram a qualidade espacial e estética do apartamento. Uma delas foi a possibilidade de
abertura completa do que antes, na planta original, era um quarto de serviço e transformamos em escritório. Sem dúvidas, essa mudança possibilitou a ampliação, o respiro e a integração do escritório com a área de serviço, que é super iluminada e arejada”, relata Ana Neri.
(André Nazareth / CASACOR)
“A segunda boa surpresa foi o
tijolinho de demolição, maciço, que encontramos ao descascar as paredes e, por unanimidade, decidimos mantê-lo aparente para reforçar ainda mais a atmosfera que buscávamos”, acrescenta.
(André Nazareth / CASACOR)
O
banheiro original foi ampliado para permitir a instalação de uma bancada mais ampla e confortável. Para potencializar a luz natural, foram usados revestimentos e texturas em cores claras. Já a iluminação (artificial) frontal acontece de forma indireta, tanto na marcenaria sob medida do espelho como também nas arandelas “globo” acima dele. Repare no revestimento do box em ladrilho hidráulico com desenhos coloridos e delicados, no
piso de pastilhas hexagonais e no rodapé em madeira, que contribuíram para dar um toque vintage e deixar o espaço mais acolhedor.
(André Nazareth / CASACOR)
De visual leve e claro, no quarto do casal, a lateral do armário e um pequeno trecho inicial de parede foram transformados em uma estante estreita, deixando o acesso ao cômodo mais vivo e aquecido. Outro destaque é o móvel de apoio de madeira clara (fixado na parede, em frente à cama), com gavetas que ajudam a organizar itens pessoais dos clientes, sem poluir visualmente, e as pequenas prateleiras metálicas com função de mesas laterais de apoio à cama.
Já a pintura azul – até meia altura da parede da cama – ajudou a vestir a cabeceira. Por fim, a marcenaria do armário ganhou palhinha natural na parte de baixo, trazendo textura e movimento ao desenho do móvel, enquanto a parte superior ganhou acabamento em laca cinza claro.
(André Nazareth / CASACOR)
Na varanda, o azulejo português é original e foi mantido, enquanto o piso foi substituído por ladrilho hidráulico na cor mostarda. “
O lavatório baixo, em um dos cantos da varanda, também é original e, claro, o mantivemos por ali para uso e para preservar a memória arquitetônica do imóvel”, finaliza a arquiteta.