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Penumbra é a nova exposição de Angelo Venosa

A nova série de esculturas de Angelo Venosa explora a luz e a sombra em exposição na Galeria Nara Roesler

Por Cristina Bava
Atualizado em 17 fev 2020, 16h41 - Publicado em 7 fev 2019, 16h18
(Divulgação/CASACOR)

O resgate do principio renascentista do “chiaroscuro” marca a nova exposição do escultor Angelo Venosa. Egresso da chamada “Geração 80″, o artista paulistano radicado no Rio de Janeiro é um dos principais nomes do cenário cultural contemporâneo. A individual, que chega à São Paulo depois de percorrer os circuitos de Vila Velha e Belo Horizonte, é definida pelo contraste intenso e poético entre luz e sombra. Segundo a historiadora e curadora Vanda Klabin: “a inclusão das sombras abre um campo de possibilidades e articula a percepção das obras, que habitam um universo permeado pela artesania e pela tecnologia digital, já familiares à lógica do artista”.

(Divulgação/CASACOR)

Enquanto no século 15 a experiência inovadora do “chiaroscuro”, (literalmente claro-e-escuro), surgida no Renascimento, procurava trazer maior realidade a pintura aqui a técnica é revistada pelo artista, que busca contrariar a linearidade das formas e dar visibilidade a um universo mais escuro, não preciso. “A inclusão real da sombra abre um espaço possível, articula a nossa percepção, os nossos modos de ver, e essa simultaneidade de acontecimentos que segmenta um novo território parece sonegar a verdade do olho e possibilita uma grande variedade de acessos a uma realidade cifrada”, afirma a curadora.

(Divulgação/CASACOR)

Segundo Angelo Venosa, Penumbra foi definida durante sua residência artística realizada fora de casa, nos Estados Unidos. “Tinha o desejo de fazer uma exposição trabalhando com sombras. No final do ano passado, fiquei três meses em um estúdio nos Estados Unidos. Ao ficar afastado de tudo, ensimesmado, comecei a retomar alguns processos, a minha maneira de trabalhar nos anos 1980”, comenta.

(Divulgação/CASACOR)

Na galeria paulistana estarão expostas oito esculturas produzidas com diversos materiais, como bronze, madeira, tecido e fibra de vidro. Todas elas exploram áreas ora cheias e ora vazias, criando volumes que adquirem inesperada plasticidade. A instalação cênica das peças é capaz de construir uma atmosfera onírica do espaço.

(Divulgação/CASACOR)

Angelo Venosa é um dos poucos artistas da chamada “Geração 80” que se dedicou à escultura, em detrimento da pintura então em evidência. A partir da década de 1990, passou a utilizar materiais como mármore, cera, chumbo e dentes de animais, realizando obras que remetem a estruturas anatômicas, como vértebras e ossos. Mais recentemente, o artista começou a utilizar impressão em 3D e desenho assistido por computador para criar estruturas e exoesqueletos de compensado e metal que se assemelham a corais. Principais exposições: 19a Bienal de São Paulo, 45a La Biennale di Venezia e 5a Bienal do Mercosul. A retrospectiva em comemoração pelos seus 30 anos de carreira: MAM Rio de janeiro, Pinacoteca de São Paulo, Palácio das Artes, Belo Horizonte e MAMAM, de Recife.

Penumbra

Quando?

9 de fevereiro até 16 de março de 2019

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Onde?

Galeria Nara Roesler – Av. Europa, 655 – São Paulo.

Horários:

De segunda a sexta das 10h às 19h e sábado das 11h às 15h

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