Continua após publicidade

Obra digital co-criada pelo povo Yawanawá representa a floresta amazônica

A série de IA do artista Refik Anadol e das comunidades de Aldeia Sagrada e Nova Esperança responde em tempo real a dados da Amazônia brasileira

Por Redação
10 ago 2023, 16h00

Uma obra de arte digital que responde em tempo real a dados da Floresta Amazônica é parte da nova colaboração entre o artista Refik Anadol e a comunidade indígena Yawanawá, da Amazônia brasileira. Chamada de “Winds of Yawanawá“, a obra é composta por um vídeo central e uma coleção de 1.000 pinturas de dados NFT em evolução constante.

Arte em IA é colaboração entre povo Yawanawa e Refik Anadol
(Fotinos Bakrisioris/CASACOR)

A série de IA generativa foi co-criada junto das comunidades de Aldeia Sagrada e Nova Esperança, imergindo os espectadores em uma representação visual de um dos ecossistemas mais vitais da Terra – a floresta amazônica – enquanto destaca a importância de protegê-la. Cada pintura de dados aproveita dados meteorológicos da aldeia da comunidade, incluindo velocidade do vento, rajadas, direção e temperatura, que são então mesclados com obras das jovens irmãs Yawanawá Nawashahu e Mukashahu, resultando em um jogo hipnotizante de formas e cores tradicionais de pigmentação de dados.

Arte em IA é colaboração entre povo Yawanawa e Refik Anadol
(Fotinos Bakrisioris/CASACOR)

Em apoio à comunidade Yawanawá, Refik Anadol e Impact One decidiram abrir mão de sua parcela total das receitas das vendas de NFT, com todos os recursos destinados à organização indígena Instituto Nixiwaka. Os fundos apoiarão suas iniciativas de longo prazo para a proteção das terras Yawanawá e do patrimônio cultural, incluindo uma convocação histórica dos povos indígenas da Amazônia que será realizada na Aldeia Sagrada Yawanawá em 2024.

Arte em IA é colaboração entre povo Yawanawa e Refik Anadol
(Fotinos Bakrisioris/CASACOR)

“Faço parte da nova geração que presenciou a chegada das novas tecnologias em nossos territórios”, disse o cacique Yawanawá Isku Kua ao refletir sobre a chegada das novas tecnologias à comunidade indígena. “Entendemos a necessidade de nos adaptarmos a esses novos instrumentos que vocês trazem para nos adaptarmos a essa nova realidade. Não preciso mais lutar com meu arco e flecha. Eu só preciso falar a mesma língua que vocês. Quem diria que indígenas do meio da floresta vivendo de forma tão tradicional estariam lançando hoje uma obra de arte com inteligência artificial e toda a tecnologia que ela envolve. Não faz de mim e do meu povo menos Yawanawá ou menos indígena. Quando eu voltar para casa estarei andando descalço no chão. Vou continuar brincando no rio com meus filhos e acendendo minha fogueira sob o céu estrelado. Mas quando eu quiser falar com vocês ou com meus irmãos, vou pegar meu telefone e falar com quem eu quiser e continuar protegendo minhas florestas da mesma forma. Mas agora falando a mesma língua que vocês.”

Continua após a publicidade
Compartilhe essa matéria via:
Publicidade