Depois de
Portinari popular e
Tarsila Popular, o
MASP - Museu de Arte Assis Chateaubriand apresenta sua terceira individual sobre artistas modernistas:
Volpi popular abre no dia 25 de fevereiro e traz cerca de 100 obras, que oferecem ao público um olhar panorâmico da complexa e diversa prática de Alfredo Volpi.
Com curadoria de Tomás Toledo, curador-chefe do MASP, a mostra ocupa o primeiro andar do museu e está dividida em sete núcleos, que contemplam as diferentes temáticas da produção do artista:
Cenas urbanas e rurais; Santas e santos; Retratos; Marinhas e temas náuticos; Fachadas; Bandeirinhas, mastros e faixas; e Temas lúdicos. Catálogo
Acompanhando a exposição, será publicado
o mais amplo catálogo sobre o artista num único volume, contendo ilustrações de todas as obras exibidas, textos inéditos de Adele Nelson, Antonio Brasil Jr., Aracy Amaral, Kaira Cabañas, Nathaniel Wolfson, Sônia Salzstein e Tomás Toledo, uma nota biográfica escrita por Matheus de Andrade e duas entrevistas históricas com o artista feitas por Mário Pedrosa e Walmir Ayala.
A trajetória de
Alfredo Volpi (Lucca, Itália, 1896 — São Paulo, Brasil, 1988) é caracterizada por uma combinação de diferentes
elementos e temáticas da cultura popular com aspectos fundantes da tradição moderna, aproximando seus interesses pelo trabalho artesanal, pelo cuidado com a manufatura das tintas e telas, pelas festas populares e temas religiosos, pelo casario vernacular, assim como pelas referências do modernismo brasileiro e da história da arte europeia e sua tradição pictórica. Nascido na Itália em uma família de origem trabalhadora, o artista emigrou ainda criança para São Paulo. No período inicial de sua produção, foi antes operário que propriamente artista e esteve em meio às movimentações políticas da década de 1920 que geraram as primeiras organizações proletárias e anarquistas, distante do circuito de vanguarda que organizou a Semana de 22. Sua obra revela referências não somente a elementos da cultura popular brasileira, mas também a uma
vivência laboral marcada pelo contato profundo com técnicas manuais, paralela às vertentes modernistas e fora do eixo das capitais de Rio-São Paulo — passando por Itanhaém, litoral paulista, e Mogi das Cruzes, interior de São Paulo.
A produção inicial de Volpi é marcada pela
prática autodidata que iniciou em 1911 e voltada para paisagens urbanas e rurais. Na década de 1930, dá início às pinturas de santos para reprodução em retrogravuras como forma de subsistência. Embora não o tivesse inicialmente como trabalho autoral, o tema das
imagens religiosas acabou se misturando à sua produção artística, que se acentuou durante a década de 1940. A década de 1940 marca ainda o início das
representações de festejos e fachadas da arquitetura vernacular e colonial brasileira, em uma imersão no interesse pelo popular. Já na década seguinte, Volpi passa a sintetizar suas composições, tornando sua figuração cada vez mais geometrizada, com padrões, formas e temas recorrentes — como as famosas bandeirinhas, mastros, faixas, fachadas e ogivas — que desenvolveu até o final da carreira.
Serviço - Volpi popular
Quando: de 25 de fevereiro a 5 de junho. De quarta a domingo, das 10h às 18h. Terças, das 10h às 20h. Fechado às segundas
Onde: MASP — Museu de arte de São Paulo Assis Chateaubriand. Avenida Paulista, 1578 - Bela Vista, São Paulo - SP Agendamento online obrigatório pelo site
masp.org.br/ingressos Ingressos: R$ 50 (entrada); R$ 25 (meia-entrada). Gratuito às terças