O pavilhão brasileiro na 17ª
Bienal de Arquitetura de Veneza será orientado pelo tema "
Utopias da Vida Comum". Localizado no Giardini, a mostra procura
mapear as utopias presentes em solo brasileiro, da cosmovisão Guarani da Terra sem Males até a contemporaneidade, destacando alguns momentos singulares em que ideias transformadoras promoveram ou têm o potencial de promover mudanças significativas no modo como
arquitetura e cidade podem fomentar novas alternativas para a vida comum. A curadoria é do escritório mineiro
Arquitetos Associados (composto pelos arquitetos e urbanistas Alexandre Brasil, André Luiz Prado, Bruno Santa Cecília, Carlos Alberto Maciel e Paula Zasnicoff), em conjunto com o designer visual
Henrique Penha. A exposição será acompanhada de um
catálogo digital, com lançamento previsto para o final de junho. A exposição, concebida antes da pandemia de Covid-19, ganha novos significados no contexto atual: "Repensar formas de convivência entre os humanos e o planeta em
termos ecologicamente viáveis e socialmente inclusivos parece ser uma urgência que se
amplifica a partir da experiência coletiva imposta pela pandemia, o que reforça a relevância dos temas que a exposição procura discutir", complementam os curadores.
Dois núcleos compõem a mostra. O primeiro, chamado de Futuros do passado, é dedicado a dois projetos icônicos da arquitetura moderna, realizados entre o fim do Estado Novo e o governo de Juscelino Kubitschek, e às utopias que os orientaram. Neste núcleo, o Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes (1947), conhecido como Pedregulho, na zona norte do Rio de Janeiro, é visitado pelas lentes da artista visual Luiza Baldan, que reinterpreta a obra de Affonso Eduardo Reidy, ao passo que a Plataforma Rodoviária de Brasília (1957), de Lúcio Costa, é tema de um ensaio do fotógrafo Gustavo Minas. O segundo núcleo, Futuros do presente, apresenta dois vídeos comissionados especialmente para a mostra, que refletem sobre a ocupação das metrópoles contemporâneas. Um deles, dos diretores Aiano Bemfica, Cris Araújo e Edinho Vieira, apresenta as possibilidades de reapropriação de edifícios nos centros de grandes metrópoles, enquanto que o segundo, do diretor Amir Admoni, reinterpreta poeticamente a ideia de apropriação dos rios e de suas margens a partir do projeto Metrópole Fluvial, desenvolvido pelo grupo de pesquisa de mesmo nome da Universidade de São Paulo. Fonte: Fundação Bienal de São Paulo