Um pedacinho do universo de Tolkien é opção de hospedagem em São Paulo
Uma das obras literárias mais famosas de todos os tempos, "O Hobbit" inspirou a decoração deste Airbnb no interior de São Paulo
Estar em harmonia com a natureza é uma das maneiras mais eficientes de se alcançar o bem-estar e o aconchego. Essa se tornou uma tendência de moradia nos últimos anos, refletida em projetos de arquitetura que buscam resgatar essa relação do ser humano com o meio ambiente.
Em 1930, J.R.R. Tolkien escreveu uma história para seus filhos chamada “O Hobbit“, para ensiná-los sobre o valor da natureza e de uma vida mais simples. O que era para ser um conto para as crianças, se tornou uma das obras literárias mais importantes da atualidade.
Da mesma forma que Tolkien não tinha o objetivo de monetizar o seu trabalho, esta pequena residência com cerca de 15 m² nasceu como uma opção de lazer para o casal Mariele e Getúlio, que construíram o seu “condado particular” como uma forma de se reconectarem com a natureza e viver momentos de bem-estar com seus filhos.
Localizada em Jundiaí, há 50 minutos de São Paulo, a Casa Hobbit fica dentro de um sítio em que divide o terreno com outras duas habitações: a casa dos anfitriões e um pequeno trailer – que também é opção de hospedagem no Airbnb.
Do centro de Jundiaí até a fazenda o trajeto é rápido, mas bastante isolado – é necessário passar por uma estrada de terra. A casa fica em um ponto bem alto da região, o que permite uma vista impressionante para a cidade e para outras fazendas nos arredores. Não há barulho, a sensação é de sossego. Um convite para meditar e se cuidar.
Construção sustentável
Mariele contou que ela e o marido sempre se sentiram “um pouco Hobbits”. Tinham hábitos diurnos, respeitavam e valorizavam o contato com a natureza, suas rotinas eram mais tranquilas, valorizavam produtos artesanais. Na literatura, os Hobbits eram conhecidos por sua pureza e estilo de vida mais pacato. Foram esses sentimentos que guiaram o casal na construção.
“No período das chuvas, aqui [em Jundiaí] caem muitas árvores. Nós temos um depósito em que guardávamos os troncos que tombavam durante as chuvas”. Depois do galpão ficar quase cheio, o casal decidiu começar a organizar as matérias-primas e dar nova função: desde a estrutura da casa, a porta até a cerca e o deck. “Praticamente todos os materiais que usamos estão em sua ‘segunda vida'”, comenta Mariele.
Aproveitando ao máximo os produtos que já tinham, o casal terminou a obra em 2020 – em meio à pandemia. “Com o home office, nós aproveitamos muito a casa. Fazíamos fogueira, tomávamos banho de ofurô com as crianças… curtimos muito mesmo”.
Em 2021, com o fim da pandemia ainda incerto, Mariele decidiu que era o momento de fazer uma transição de sua carreira, pois queria ter mais tempo para a casa e também para a família. A partir daí, o casal colocou a residência para locação no Airbnb, e decidiram que a hospedagem poderia ser uma oportunidade e tanto de negócio, como também de oferecer uma opção segura para quem quisesse um lugar para passar o período de isolamento.
O livro escrito por Tolkien nos anos 1930 ganhou o público por trazer um sentimento de esperança em um mundo que acabara de sair de uma guerra. Ele criou um universo de fantasia para aqueles que queriam um distanciamento da realidade. De certa forma, a Casa Hobbit de Jundiaí, quase 90 anos depois, cumpriu o mesmo papel de servir como um “respiro” para suprir a angústia, as incertezas e as perdas trazidas pela pandemia.
Um espaço para descansar e sonhar
Isolamento é uma palavra que define bem o local. E vamos ter em mente que “isolamento” é diferente de “solidão”. Sentir-se isolado significa curtir um momento mais introspectivo em que você pode refletir, relaxar e respirar. Fazer uma pausa da rotina. Se for, garanta que vá com uma companhia agradável: seja ela uma pessoa amada, um livro ou mesmo um sentimento mais leve (você pode levar os três juntos também, foi o que eu fiz).
Apesar de pequena, a casa é bem dividida e bastante aconchegante. O quarto é amplo e possui uma iluminação amarela, que, segundo Mariele, é para ser mais leve e menos agressiva ao acordar e também para ir se desligando aos poucos antes de dormir.
Vale a pena dormir com as cortinas abertas, pois é possível ver mesmo da cama o sol nascendo nas montanhas. A mesma dica se aplica para um dia chuvoso. É surpreendente ver o contato da água com a terra e o verde das plantas. O aroma que resulta é purificante.
Durante o dia, opções como ofurô, trilhas e piqueniques são as favoritas entre os hóspedes – e os anfitriões criam toda uma atmosfera e oferecem os equipamentos para quem deseja curtir alguma das experiências. À noite, o silêncio é quase absoluto, salvo pelo barulho de grilos ou miados – o segundo, inclusive, vindo da recepção dos gatos que fazem companhia durante toda a estadia. É o momento perfeito para curtir uma fogueira em frente a casa. Quem quiser vivenciar a experiência, pode reservar a hospedagem pelo Airbnb clicando aqui.
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