David Bastos presta homenagem aos Blocos Afro da Bahia
Os blocos Afoxé Filhos de Gandhy, o Ilê Aiyê e o Cortejo Afro são reverenciados no Redário do Janelas CASACOR, edição Bahia
Instalado em um local privilegiado de Salvador, no Farol da Barra, o projeto de David Bastos da edição do Janelas CASACOR, edição Bahia é um Redário que destaca a obra do artista Vik Muniz. Alguns dias depois do lançamento da exposição, em Salvador, o time do arquiteto baiano apresentou a proposta de homenagear os blocos de carnaval e relembrar esse trabalho minucioso e dedicado dos integrantes do grupo de produção que foi fortemente afetado pela pandemia.
A ideia é que a cada semana, os manequins que ambientam o projeto recebam os figurinos dos três blocos afros tradicionais: o Afoxé Filhos de Gandhy, o Ilê Aiyê e o Cortejo Afro. Veja as fotos dos dois primeiros blocos homenageados. A fotógrafa Gabriela Daltro – autora de todos os cliques do Janelas CASACOR, edição Bahia – faz um depoimento empolgado. Confira abaixo!
“Eu tenho mesmo muita sorte. Moro na Bahia, né? De todos os Santos, encantos e axé. O que mais eu poderia querer além de fotografar para o escritório de David Bastos no Janelas CASACOR Bahia? Eu sabia que a arte de Vik Muniz seria de muita importância na instalação, como foi e acabou virando capa da revista digital. Mas não sabia o que estava para acontecer 2 semanas depois.
Como a gente mesmo diz por aqui: gente boa se atrai, né? Alisson Passos (arquiteto da equipe de David) me ligou contando a proposta: como eles queriam dar movimento ao espaço, a ideia seria trocar toda semana a roupa dos dois manequins instalados. E nada melhor do que trazer mais da nossa cultura para a exposição Janelas CASACOR (além do Farol da Barra e Elevador Lacerda destacados na obra de Vik). David Bastos decidiu homenagear 03 blocos afros tradicionais: o Afoxé Filhos de Gandhy, o Ilê Aiyê e o Cortejo Afro (meu xodó, confesso).
Cheguei às 9h na Barra, Alberto Pitta, idealizador do Cortejo, providenciou e chegou com as fantasias. Rosângela foi escalada para montar as fantasias. Não era simplesmente vestir. O Gandhi principalmente, tem um turbante que precisa ser costurado na cabeça do manequim. Modelo pronto, fotografei. Quando decidimos ir pro próximo, vimos que não seria possível a troca de roupa: faltava uma do ilê e a do cortejo era muito antiga. Remarcamos. E com isso fiquei só eu e a Rosângela.
Quando cheguei, ela já tinha vestido a roupa do cortejo que só seria usada na próxima semana. Fiquei arrasada, não queria dar trabalho mas ela prontamente retirou as fantasias e vestiu o Ilê Aiyê neles. Conversa vai, conversa vem, descobri que Rosângela trabalha com isso, é figurinista, faz acessórios afro e na pandemia precisou parar para cuidar da mãe. Já quero fotografar esses acessórios.
No carnaval ela monta os turbantes do Gandhi. Começa cedinho, às 6h da manhã. Durante a conversa a linha que ela franzia a calça quebrou, precisava enfiar tudo novamente. Eu até sugeri que ela desse um pontinho atrás, mas ela disse que não fazia nada mal feito, mesmo estando escondido embaixo da mortalha. E lá foi ela enviar a linha por toda a cintura da calça de novo. Pronto, os manequins estavam vestidos do mais belo dos belos. E Dona Rosângela ficou lá, admirando o seu trabalho, o trabalho de David, o Farol, a praia, a nossa Bahia. Fotografei.”
Serviço Janelas CASACOR, edição Bahia
Quando?
De 15 de novembro até 12 de dezembro de 2020
Onde?
Em vários pontos de Salvador, confira a localização de cada projeto aqui
Visite todos os ambientes com o Tour 3D no site janelascasacor.com.br
Quanto?
Gratuito
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