Aos 17 anos, ainda em seu primeiro emprego,
André Namitala, que hoje ocupa a posição de diretor criativo na
Handred, deparou-se com uma obra assinada de
Sergio Rodrigues. Nesse momento, percebeu a harmonia entre seus futuros interesses pessoais e profissionais e a linguagem do móvel.
Influenciado pelas referências do século XX, no qual o
Modernismo desempenhava um papel central, André fundou a Handred em 2012, incorporando a atmosfera daquela época ao conceito da sua marca de moda, trabalhando com insinuações do design, das artes e da arquitetura. Ao adquirir sua primeira poltrona assinada por Sergio Rodrigues, compreendeu que o mobiliário conversava diretamente com as roupas da marca devido à simplicidade.
Toda essa trajetória entre moda, mobiliário e a profunda admiração de André por Rodrigues se traduzem na primeira fase da
Coleção Handred Sergio Rodrigues: são de
100 peças limitadas, nos seus característicos materiais como
linho,
seda, e também no inesperado
couro, trabalhado de uma forma bem suave e nada invernal.
São destaques os
bordados de madeira, fruto da expertise entre os ateliês, além dos que
reproduzem objetos e móveis em pequenas escalas 2D. Somados à silhueta livre e despretensiosa das peças, foram agregados novos volumes e proporções, principalmente nas peças que protagonizam o olhar feminino, já que a linha abrange os primeiros vestidos da marca, além das túnicas e chemises.
Na cartela, além dos esperados tons de madeira, há uma combinação bem rodriguiana de
vermelho vibrante e pistache (cores preferidas de Sergio). As estampas são divididas em três nomes:
Perspectivas, Personagens e Cuiabá. A primeira, como a palavra sugere, traz episódios do cotidiano em versões coloridas com detalhes de aquarela. Em Personagens são evidenciadas referências dos anos 70, em preto e branco, enriquecidas por minuciosas estampas. E Cuiabá celebra uma das linhas mais renomadas de Sergio, sendo menos figurativa e mais gráfica.
Há dois anos, André projeta e executa o transporte de todo o universo criativo de Rodrigues aos seus suportes de ofício –
o linho, a seda, a organza e o algodão –, mergulhando em um mar de documentos do Instituto que homenageia o designer. Ao mirar nos desenhos de arquitetura e de interiores, o estilista transforma as perspectivas de Sergio, encontrando novas linhas e novos pontos de fuga. A partir dos objetos concebidos, a Handred imagina aplicações que recriam padrões estéticos e transformam a utilidade que foi idealizada pelo designer.
A linha promete ser utilitária e com olhar modernista.
As criações serão desfiladas no SPFW, na próxima edição N56 e,
além de apoiar, durante todo um semestre, o núcleo de arquivamento do Instituto Sergio Rodrigues, todas as cinco lojas da Handred serão mobiliadas com peças SR.
Parte do resultado das vendas será revertida ao instituto.